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Tostão
Tá bom e ruim
Além de melhorar
a marcação, as estrelas do Brasil têm que jogar mais
O
BRASIL venceu as
quatro partidas, fez
dez gols e sofreu
apenas um. Isso é bom.
Para os pragmáticos e os
estatísticos, deve estar
uma maravilha. Não devem entender a razão de
tantas críticas à equipe.
Assim como muitas vezes exageramos e nos enganamos nas nossas opiniões, jogadores e técnicos
costumam perder a autocrítica. Sentem-se sempre
injustiçados. Não é fácil
para ninguém ser observador totalmente isento.
Cada um enxerga e analisa
as coisas mais de acordo
com os seus sentimentos e
"pré-conceitos" do que
com a frieza dos fatos.
Os melhores e mais regulares jogadores da seleção têm sido Lúcio, Juan e
Dida. É uma evidência de
que a bola está sempre
perto do gol do Brasil. Isso
é ruim.
Os quatro fracos adversários criaram muitas situações de gol em todas as
partidas. Isso nunca tinha
acontecido com a seleção
brasileira. O Brasil não sofreu mais gols por causa da
ruindade dos atacantes e
das boas atuações de Dida
e dos zagueiros.
O motivo para essa fragilidade é a facilidade com
que os adversários tocam
a bola da defesa para o ataque chegando perto ou
dentro da área brasileira.
O time desarma pouco. Isso acontece porque os volantes, principalmente
Emerson ou Gilberto Silva, jogam muito recuados.
Além de marcar no
meio-campo, e não na sua
intermediária, outra opção para corrigir essa deficiência seria escalar Juninho, passando Ronaldinho Gaúcho para o ataque.
Mas essa formação não
deu certo nas eliminatórias. O problema também
não é no número de volantes, e sim de "postura". Por
isso, prefiro manter o
quarteto ofensivo, ainda
mais se Robinho substituir Adriano.
Além de melhorar a
marcação, as estrelas do
time precisam jogar melhor. No início da Copa, escrevi que tinha perdido as
esperanças de Ronaldinho
jogar tão bem como no
Barcelona. Não dá para
transportar a situação
ideal que ele tem no time
para o Brasil. Mas dá para
ele brilhar mais.
Se o Brasil não evoluir,
correrá grandes riscos de
perder para a França. Depois, não adianta lamentar
o que não foi feito.
tostao.folha@uol.com.br
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