São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Tostão

Tá bom e ruim

Além de melhorar a marcação, as estrelas do Brasil têm que jogar mais

O BRASIL venceu as quatro partidas, fez dez gols e sofreu apenas um. Isso é bom. Para os pragmáticos e os estatísticos, deve estar uma maravilha. Não devem entender a razão de tantas críticas à equipe. Assim como muitas vezes exageramos e nos enganamos nas nossas opiniões, jogadores e técnicos costumam perder a autocrítica. Sentem-se sempre injustiçados. Não é fácil para ninguém ser observador totalmente isento. Cada um enxerga e analisa as coisas mais de acordo com os seus sentimentos e "pré-conceitos" do que com a frieza dos fatos. Os melhores e mais regulares jogadores da seleção têm sido Lúcio, Juan e Dida. É uma evidência de que a bola está sempre perto do gol do Brasil. Isso é ruim. Os quatro fracos adversários criaram muitas situações de gol em todas as partidas. Isso nunca tinha acontecido com a seleção brasileira. O Brasil não sofreu mais gols por causa da ruindade dos atacantes e das boas atuações de Dida e dos zagueiros. O motivo para essa fragilidade é a facilidade com que os adversários tocam a bola da defesa para o ataque chegando perto ou dentro da área brasileira. O time desarma pouco. Isso acontece porque os volantes, principalmente Emerson ou Gilberto Silva, jogam muito recuados. Além de marcar no meio-campo, e não na sua intermediária, outra opção para corrigir essa deficiência seria escalar Juninho, passando Ronaldinho Gaúcho para o ataque. Mas essa formação não deu certo nas eliminatórias. O problema também não é no número de volantes, e sim de "postura". Por isso, prefiro manter o quarteto ofensivo, ainda mais se Robinho substituir Adriano. Além de melhorar a marcação, as estrelas do time precisam jogar melhor. No início da Copa, escrevi que tinha perdido as esperanças de Ronaldinho jogar tão bem como no Barcelona. Não dá para transportar a situação ideal que ele tem no time para o Brasil. Mas dá para ele brilhar mais. Se o Brasil não evoluir, correrá grandes riscos de perder para a França. Depois, não adianta lamentar o que não foi feito.

tostao.folha@uol.com.br


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