São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Nas quartas, Brasil é o mais exposto a bombardeios

Equipe de Parreira sofre 15 finalizações por jogo e é a que menos desarma entre as oito seleções que lutam pelo título

Apesar de ser alvo, seleção comemora o fato de ter sofrido somente um gol até agora e a de ser uma das que menos apelam ao antijogo


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

Não é por acaso que o goleiro Dida é um dos destaques brasileiros na Copa. Entre as oito seleções que seguem na luta pelo título, nenhuma é tão bombardeada pelos rivais como a treinada por Carlos Alberto Parreira, que já foi famoso por montar bons esquemas defensivos.
Mesmo contra rivais que estão longe de ser do primeiro time da bola, o Brasil tem a maior média de finalizações sofridas entre os quadrifinalistas. Segundo o Datafolha, os oponentes da seleção tiveram, em média, 15 chances de marcar. Das outras sete equipes ainda na disputa, só a razoável Ucrânia, ainda assim por pequena margem (0,1), têm média de finalizações sofridas acima da média geral da competição (14,2).
Os torcedores das outras grandes seleções sofrem bem menos. A Alemanha, por exemplo, tem sua meta ameaçada só 6,5 vezes por partida.
A França, rival dos brasileiros no sábado, teve média de nove finalizações sofridas em seus quatro jogos. Entre os grandes, quem mais chega perto da marca brasileira é a Itália, mas essa seleção fica abaixo das 13 conclusões sofridas (12,8).
Para ostentar a marca de um só gol sofrido, o Brasil contou com dois fatores. O primeiro foi a falta de pontaria dos rivais na hora de finalizar, caso latente de Gana nas oitavas-de-final.
E as defesas de Dida foram decisivas. Entre os goleiros quadrifinalistas, ele tem a segunda maior média de defesas (só perde para o português Ricardo). São, em média, 3,8 defesas, algumas delas de muito reflexo, como numa cabeçada de Gana à queima-roupa.
A marcação frouxa ajuda a explicar, e muito, a falta de solidez do sistema defensivo brasileiro, em que os zagueiros ficam expostos com freqüência.
O Brasil tem a pior média de desarmes entre os que sobreviveram na Copa e a terceira pior de todo o torneio, média de 117 por jogo. A Ucrânia faz 152, e a Inglaterra, 138. Por outro lado, o time de Parreira não apela ao antijogo -é o segundo time menos faltoso, atrás do Japão.
Para Parreira e seus atletas, não importam muito as chances criadas pelos rivais. Para eles, o que vale é o fato de o time ter sofrido só um gol. "Posicionamento da defesa, companheirismo, um ajudando o outro e a concentração nos 90 minutos", afirma Lúcio, sobre os fatores de sucesso da zaga.
Parreira não viu problema na marcação contra Gana. "Não acho que tenha havido falha na defesa. Eles ameaçaram em chutes de fora da área. Faltou o Brasil mandar mais no jogo." (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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