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Nas quartas, Brasil é o mais exposto a bombardeios
Equipe de Parreira sofre 15 finalizações por jogo e é a que menos desarma entre as oito seleções que lutam pelo título
Apesar de ser alvo, seleção comemora o fato de ter sofrido somente um gol até agora e a de ser uma das que menos apelam ao antijogo
DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH
Não é por acaso que o goleiro
Dida é um dos destaques brasileiros na Copa. Entre as oito seleções que seguem na luta pelo
título, nenhuma é tão bombardeada pelos rivais como a treinada por Carlos Alberto Parreira, que já foi famoso por montar bons esquemas defensivos.
Mesmo contra rivais que estão longe de ser do primeiro time da bola, o Brasil tem a maior
média de finalizações sofridas
entre os quadrifinalistas. Segundo o Datafolha, os oponentes da seleção tiveram, em média, 15 chances de marcar. Das
outras sete equipes ainda na
disputa, só a razoável Ucrânia,
ainda assim por pequena margem (0,1), têm média de finalizações sofridas acima da média
geral da competição (14,2).
Os torcedores das outras
grandes seleções sofrem bem
menos. A Alemanha, por exemplo, tem sua meta ameaçada só
6,5 vezes por partida.
A França, rival dos brasileiros no sábado, teve média de
nove finalizações sofridas em
seus quatro jogos. Entre os
grandes, quem mais chega perto da marca brasileira é a Itália,
mas essa seleção fica abaixo das
13 conclusões sofridas (12,8).
Para ostentar a marca de um
só gol sofrido, o Brasil contou
com dois fatores. O primeiro foi
a falta de pontaria dos rivais na
hora de finalizar, caso latente
de Gana nas oitavas-de-final.
E as defesas de Dida foram
decisivas. Entre os goleiros
quadrifinalistas, ele tem a segunda maior média de defesas
(só perde para o português Ricardo). São, em média, 3,8 defesas, algumas delas de muito reflexo, como numa cabeçada de
Gana à queima-roupa.
A marcação frouxa ajuda a
explicar, e muito, a falta de solidez do sistema defensivo brasileiro, em que os zagueiros ficam expostos com freqüência.
O Brasil tem a pior média de
desarmes entre os que sobreviveram na Copa e a terceira pior
de todo o torneio, média de 117
por jogo. A Ucrânia faz 152, e a
Inglaterra, 138. Por outro lado,
o time de Parreira não apela ao
antijogo -é o segundo time
menos faltoso, atrás do Japão.
Para Parreira e seus atletas,
não importam muito as chances criadas pelos rivais. Para
eles, o que vale é o fato de o time
ter sofrido só um gol. "Posicionamento da defesa, companheirismo, um ajudando o outro e a concentração nos 90 minutos", afirma Lúcio, sobre os
fatores de sucesso da zaga.
Parreira não viu problema na
marcação contra Gana. "Não
acho que tenha havido falha na
defesa. Eles ameaçaram em
chutes de fora da área. Faltou o
Brasil mandar mais no jogo."
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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