São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Em exibição de gala, nós somos os campeões

Brasil goleia a Suécia por 5 a 2 e ganha, enfim, sua primeira Copa do Mundo

Torcida local se encanta com a seleção e desfruta balé que fechou com chave de ouro a participação da equipe de Vicente Feola no Mundial

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Esqueça todas as desilusões do passado, em especial o Maracanazo, quando todo o país silenciou enquanto os uruguaios exibiram a Taça Jules Rimet para uma multidão em transe. Oito anos depois, e com uma atuação de gala, o Brasil conquistou sua primeira Copa. Agora, ela é nossa, pelo menos nos próximos quatro anos.
A seleção goleou a Suécia por 5 a 2, em Solna, e deu um espetáculo que nem mesmo os torcedores da equipe anfitriã ignoraram. Em diversos momentos, a torcida pareceu estar nitidamente a favor dos brasileiros.
O escrete chegará ao país, com a Jules Rimet na bagagem, na quarta-feira, quando será recepcionada pelo presidente Juscelino Kubitschek, no Rio. No dia seguinte, será a vez de São Paulo prestar seu tributo aos campeões mundiais.
O time do técnico Vicente Feola teve um único momento de dificuldade na final: os primeiros cinco minutos do jogo.
Nervosos, os nacionais deixaram-se envolver pelo futebol sueco, que mostrou bom toque de bola. Assim, nossos rivais abriram o placar aos 4min, após jogada individual de Liedholm.
A bronca de Didi, porém, acordou o Brasil. Ele percorreu a distância entre a rede brasileira e o centro do campo com a bola nas mãos e se dirigindo com vigor aos companheiros.
A partir dali, o jogo mudou.
Aos 9min, lançado, Garrincha cruzou, e o vascaíno Vavá empatou. Silêncio em Solna.
Um minuto depois, em lance semelhante, Pelé acertou a trave. Os suecos pararam, e a partida já era totalmente nossa.
A virada, aos 32min, foi um replay do primeiro gol do escrete: novamente Garrincha, novamente Vavá. Aplausos de reconhecimento a um time nitidamente superior ao outro.
Começou o balé: passes precisos de Didi, desarmes milimétricos de Nilton Santos, habilidade cerebral de Pelé. Ele marcou o terceiro aos 10min da etapa final. A taça do mundo é nossa, ninguém mais tira.
Paralisados, os jogadores suecos assistiram a Zagallo dar o golpe de misericórdia aos 23min. Na arquibancada, o povo da Suécia riu e se encantou. Mal notou o gol de Simonsson, que tentou estragar a nossa festa (e a deles) aos 35min. Ainda havia tempo para Pelé, dez minutos depois, mostrar quem é que manda. E para o capitão Bellini erguer o objeto tão cobiçado por todo este país.


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