São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Phelps faz ensaio de confrontos olímpicos

Nadador encara maiores adversários na seletiva que define equipe dos EUA

Ian Crocker e Ryan Lotche buscam vagas nas mesmas provas que o multicampeão em evento com o mesmo programa da Olimpíada

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após perder os 100 m borboleta no Mundial de Barcelona, em 2003, Michael Phelps pendurou uma foto do algoz Ian Crocker em seu quarto. Não queria esquecer aquela dor.
No ano seguinte, nos Jogos de Atenas, sabia exatamente o que fazer para dar o troco. Saiu da piscina com o ouro olímpico.
A partir de hoje, Phelps começa a traçar seu caminho até a Olimpíada de Pequim. E tem a chance de testar seu poder contra inimigos íntimos, compatriotas como Crocker, que podem atrapalhar seus planos de superar as sete medalhas de ouro do lendário Mark Spitz.
Em Atenas, na primeira chance, Phelps amealhou seis ouros, uma prata e um bronze.
A seletiva de natação dos EUA dá largada na noite de hoje, em Omaha, Nebraska.
"Há alguns nadadores que, quando nadam contra Michael, estão nadando para ficarem em segundo porque não sentem que podem batê-lo. Para mim, é o oposto, eu sinto que posso ganhar dele", afirmou Crocker, recordista mundial dos 100 m borboleta, uma das provas que Phelps irá nadar no classificatório e na Olimpíada.
Na seletiva de Omaha, o seis vezes campeão olímpico está inscrito em nove disputas. Não deve nadar todas, mas precisa manejar cuidadosamente a equação para ter a chance de cair pelo menos oito vezes na piscina do Cubo D'Água em Pequim se quiser bater Spitz.
Pelo programa, o nadador apenas não disputará finais amanhã. Coincidentemente um singelo presente de aniversário. Phelps completa 23 anos.
"É claro que ele entrou em mais provas do que vai nadar. Veremos no dia a dia. Em algumas, ele deve nadar só eliminatórias ou semifinais para sentir o gosto desses eventos", afirmou o técnico Bob Bowman.
O trajeto de Phelps também encontra o de Ryan Lotche, nos 200 m e nos 400 m medley.
Poucas semanas atrás, o nadador manifestou insatisfação com seu desempenho na prova após terminar uma competição em Santa Clara sete segundos atrás de seu recorde mundial.
"Meu nado de costas estava horrível. Não sei o que é. Se é mental, físico ou sei lá o que. Mas algo precisa ser mudado", sentenciou Phelps, que sofreu fratura na mão na temporada.
Bowman minimizou as reclamações do pupilo. "Essa é uma daquelas coisas que nunca pareceram importantes, até agora", afirmou o treinador.
As provas individuais do nado costas, apesar de Phelps estar inscrito nos 100 m e 200 m, não serão sua prioridade na seletiva norte-americana.
Já as braçadas de crawl são fundamentais para delimitar seu caminho em Pequim.
O nadador pode abrir mão de disputar os 100 m livre. Uma boa atuação, porém, pode colocá-lo no 4 x 100 m livre. Caso contrário, pode depender da escolha da equipe -nadar a eliminatória, por exemplo- para contar com a prova em seu programa. Os EUA têm grandes velocistas. E Phelps não é especialista na distância.


Com agências internacionais

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