São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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yes, we can

Brasil vira, vence e convence

Virada histórica e inédita sobre o time dos Estados Unidos, surpresa do torneio, ratifica trabalho de Dunga e de sua "equipe de homens"

Após tomar 2 gols no 1º tempo, seleção cresce, faz 3 e celebra 3ª Copa das Confederações

Roberto Schmdt/France Press
Luís Fabiano, artilheiro da Copa das Confederações,
comemora seu segundo gol contra os EUA


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

O Brasil de Dunga tem resultados muito parecidos com o de Carlos Alberto Parreira.
Mas o time atual mostrou ontem, em Johannesburgo, na final da Copa das Confederações, que tem mais alma.
De virada, a seleção bateu os Estados Unidos, por 3 a 2, e conquistou a competição pela terceira vez, isolando-se como a maior vencedora do certame.
De 11 finais que o time nacional participou em torneios organizados pela Fifa (sete Mundiais e quatro Copa das Confederações), nunca antes o Brasil foi vitorioso após sair perdendo por dois gols de diferença.
Se é verdade que os norte-americanos estão longe de fazerem parte da elite da bola, é verdade também que, ontem, embalados pela surpreendente eliminação da Espanha nas semifinais, mostraram-se taticamente organizados e muito perigosos nos contra-ataques.
Transformaram assim o que parecia uma barbada num jogo épico, com o gol da vitória aos 39min do segundo tempo, marcado pelo capitão Lúcio, que se mostrou emocionado com a façanha e foi às lágrimas.
Uma partida tão especial que causou situações especiais. No intervalo, com 2 a 0 no placar e a perspectiva de uma zebra histórica, o grupo se lembrou do lema da vitoriosa campanha de Barack Obama à Presidência dos EUA, no ano passado. "Lembramos dele e do "Yes, we can" [sim, nós podemos]", falou Kaká, eleito o melhor jogador da Copa das Confederações e que viaja hoje da África para a Espanha, onde se apresenta amanhã no Real Madrid.
Foi o segundo título da era Dunga. Sob seu comando, o Brasil já havia ganho a Copa América de 2007, e o time sub-23, a medalha de bronze na Olimpíada de Pequim, no ano passado. Está também, neste momento, muito perto a vaga para o Mundial de 2010 (lidera as eliminatórias sul-americanas). E o resultado de ontem deve fazer com que o Brasil volte à liderança do ranking da Fifa, hoje com a Espanha, que ontem suou para bater a África do Sul de Joel Santana, pelo terceiro lugar, na prorrogação.
"Recuperar um resultado depois de estar perdendo por 2 a 0 só quando você tem uma equipe de homens", celebrou o treinador, que novamente viu uma substituição sua ser decisiva para o placar final -Elano, que entrou no segundo tempo, bateu o escanteio no gol de Lúcio.
Antes, Luis Fabiano, o maior talismã de Dunga, havia empatado o jogo com dois gols, que lhe deram a artilharia isolada da competição, com cinco gols, cumprindo a promessa de ter média de um gol por partida.
A seleção brasileira volta a campo agora em agosto, para amistoso contra a Estônia. Em setembro, o time retoma as eliminatórias, indo até Buenos Aires para enfrentar a Argentina do técnico Diego Maradona.


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