São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Gigantes

Além de anular o ataque chileno, zagueiros Lúcio, driblando e conduzindo a bola, e Juan, com gol de cabeça, embalam o Brasil

Ricardo Nogueira/Folhapress
Robinho, Luís Fabiano e Kaká, após o segundo gol

Brasil 3
Juan, aos 35min, e Luis Fabiano, aos 38min do 1º tempo; Robinho, aos 14min do 2º tempo
Chile 0

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Desarmar o rival. Fazer papel de volante e levar a bola ao ataque. Driblar, lançar, anotar o gol que deu rumo à vaga nas quartas de final.
No Mundial de 2010, os zagueiros Juan e Lúcio carregam a seleção brasileira. Com uma atuação soberba da sua dupla de zaga, o Brasil venceu o Chile por 3 a 0 e vai decidir na sexta-feira, em Port Elizabeth, uma vaga nas semifinais contra a Holanda, que eliminou a Eslováquia com um triunfo por 2 a 1.
De cabeça, aos 35min de jogo, Juan, 31, abriu o placar.
Antes, Lúcio, 32, já havia sofrido pênalti não dado pelo árbitro inglês Howard Webb.
Os zagueiros, que têm oito jogos juntos por Copas com só três gols sofridos, anularam o quarteto ofensivo do rival, fazendo do Brasil o único que até agora não foi vazado no mata-mata. "Não conseguimos fazer a bola chegar à área do Brasil", disse o técnico do Chile, Marcelo Bielsa.
Graças aos defensores -o escanteio, no gol de Juan, foi batido por Maicon-, o time de Dunga encaixou sua arma predileta, o contra-ataque.
Primeiro, aos 38min, Luis Fabiano concluiu jogada tramada por Robinho e Kaká. Depois, Ramires serviu Robinho, que fez o terceiro, aos 14min do segundo tempo.
Com só um atleta de linha com mais de 1,80 m (o zagueiro Fuentes, 1,81 m), o Chile viu um paredão em Lúcio, 1,88 m, e Juan, 1,82 m. E, com a bola, segundo os números do Datafolha, os defensores do Brasil sobraram.
Os dois deram mais passes que os laterais do Brasil e até do que Kaká. Lúcio driblou tanto como o meia Daniel Alves e levou a bola ao ataque inúmeras vezes. Mais do que as duas finalizações de Juan, só as três de Luis Fabiano.
"O entrosamento nosso é bom porque jogamos juntos dois anos no Bayer Leverkusen e há quase sete anos na seleção", celebra Juan, sobre a parceria com Lúcio. "O sonho [do título] ficou mais próximo. O coletivo é importante, e a defesa está tendo ótima atuação", falou Lúcio.
O triunfo confirmou a supremacia brasileira em duelos eliminatórios ante rivais sul-americanos. Desde 1995, o país não perde um jogo desse tipo para um time da região (são 13 duelos invicto).
Depois da Holanda, o Brasil pode pegar Uruguai, na semifinal, e Argentina.


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