São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Mesmo previsível, Robben é letal

Estrela holandesa, maior perigo para as pretensões brasileiras, resolve com jogada manjada

DO ENVIADO A DURBAN

Quando o nome de Arjen Robben foi anunciado no estádio e apareceu no telão, a torcida da Holanda fez barulho. E não foi para menos.
"Estou com uma sensação muito boa sobre o futuro", falou o jogador, eleito o melhor da partida pela primeira vez nesta Copa do Mundo.
Ele não havia jogado os dois primeiros jogos e atuara 25 minutos contra Camarões, embora tenha feito a jogada do gol da vitória na ocasião.
"Esperei o momento certo para jogar. Ainda não estou 100%, mas estive confiante, parti para cima no um contra a um", declarou Robben.
"Foi importante ter sido decisivo para o time. Foi uma corrida longa. Estou satisfeito", prosseguiu o principal jogador holandês, cuja jogada famosa no Bayern atormenta mesmo os rivais já sabendo o que ele vai fazer.
"Não vou dizer que foi um gol do Bayern porque estou com a Holanda. Mas estou jogando pela direita, como no Bayern e como gosto", afirmou ele, sobre a comparação de seu gol de ontem com os que marcou no mata-mata da Copa dos Campeões.
Na principal competição europeia, o time alemão, mesmo com o holandês em ótima fase, não foi capaz de superar a italiana Inter de Milão, de Júlio César, Maicon e Lúcio, na decisão em maio.
Contra o Brasil, Robben, 26, deverá ser marcado por Michel Bastos, com Juan sendo o responsável pela cobertura do lateral esquerdo.
O atacante deu apenas três chutes nesta Copa em 88 minutos jogados. Fez um gol, acertou uma vez a trave e, na outra oportunidade, obrigou o goleiro Mucha a se desdobrar para defender.
Nas três jogadas, o mesmo roteiro: Robben recebe a bola na ponta direita, a leva para o pé canhoto, dribla os adversários, se eles aparecem na sua frente, e bate firme.
Numa Holanda pragmática, o jogador é o que há de mais brilhante, mais inesperado, embora suas jogadas sejam previsíveis. "Não estamos jogando um futebol bonito, mas temos sido eficientes. Melhoramos nesse aspecto em relação aos últimos torneios", declarou ele.
Robben foi substituído ontem aos 26min do segundo tempo. Elia, que entrou em sua vaga, também é um atacante driblador, mas não conclui as jogadas tão bem.
Van Persie, outro craque do time, saiu também no final do jogo e não gostou. Fez cara feia ao deixar o campo e não falou com os jornalistas.
"Vi que ele não gostou de ser substituído, mas precisava colocar um atacante novo para correr, marcar", afirmou o técnico Bert van Marwijk, que tem que administrar vários egos no elenco.
Van der Vaart, que ontem não jogou, já reclamava antes mesmo de começar o Mundial sobre a possibilidade de ficar na reserva.
Van Marwijk cogitava inicialmente usar Robben pela esquerda e Kuyt pela direita, porém o primeiro solicitou jogar no seu lado preferido.
(RODRIGO BUENO)


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