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HIPISMO
Rodrigo Pessoa tenta título sem os seus talismãs
Cavaleiro brasileiro não conta com Baloubet, montaria multicampeã, e com dólar da sorte, agora em museu do COI
Na final de hoje, ginete, que se envolveu em polêmica antes do Pan, entra só com a quarta melhor pontuação para buscar um ouro inédito
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Sem seus dois maiores talismãs, Rodrigo Pessoa tenta hoje,
a partir das 9h, conquistar um
título que ainda falta no currículo: o de campeão da prova individual de saltos do Pan.
O brasileiro não conta mais
com Baloubet du Rouet, cavalo
com o qual obteve suas principais conquistas -foi tricampeão da Copa do Mundo (1998,
1999 e 2000) e vencedor da
Olimpíada de Atenas (2004).
Nessa Olimpíada, Pessoa
também contou com um trunfo
a mais, o dólar da sorte. A mística em torno da cédula começou
na Olimpíada-1968, quando
William Clark Steinkraus levou
o ouro na prova de saltos.
Na época, o americano afirmou que o dólar lhe dera sorte.
Vinte anos depois, a cédula estava no bolso de outro campeão
olímpico. Pierre Durand venceu a prova individual de saltos
em Seul-1988, superando tabu
de 24 anos do país sem ouro.
Admirador do estilo do brasileiro, Durand presenteou Pessoa pouco antes da Olimpíada
de Atenas. "Não acreditava
muito nisso, mas essa nota me
deu sorte na minha vitória na
Olimpíada", disse o ginete.
Parecia o fim da mística, já
que a nota estava com Pessoa
quando o brasileiro ficou em
segundo na prova de saltos.
Mas ele levou ouro após a montaria do vencedor, Cian O'Connor, ser pega no antidoping.
Baloubet, cavalo campeão
olímpico, está quase aposentado. Com 17 anos, a montaria
não salta há mais de um ano.
Sua última prova foi a vitória
em uma das provas do GP de
Cannes, em 9 de junho de 2006.
Rodrigo quer participar de torneio de adeus para Baloubet.
O brasileiro também não
conta mais com o dólar da sorte. Doou a cédula para o museu
do COI (Comitê Olímpíco Internacional) depois da Olimpíada na Grécia.
"Resolvi doar para que [a nota] fique guardada na história",
disse Pessoa, pouco depois de
ajudar o Brasil a levar o ouro
por equipes no Pan, na sexta,
recuperando título que o país
não via desde Winnipeg-1999.
Desde a doação ao museu,
Pessoa sofreu contratempos.
Deixou a liderança do ranking
da Federação Eqüestre Internacional, do qual é o 20º lugar.
Oasis, aposta para suceder Baloubet, morreu neste ano. Sem
ele, optou por Rufus no Pan.
Pessoa também se envolveu
na polêmica seletiva para os Jogos. Chegou a anunciar que não
disputaria o torneio, mas voltou atrás. Depois, teve o nome
retirado do Pan pela Justiça.
Na final, Pedro Veniss entra
com melhor pontuação (2,84).
Pessoa é o quarto (5,74). Bernardo Alves é o sétimo (9,09), e
César Almeida, o 12º (11,66).
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