São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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HIPISMO

Rodrigo Pessoa tenta título sem os seus talismãs

Cavaleiro brasileiro não conta com Baloubet, montaria multicampeã, e com dólar da sorte, agora em museu do COI

Na final de hoje, ginete, que se envolveu em polêmica antes do Pan, entra só com a quarta melhor pontuação para buscar um ouro inédito

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Sem seus dois maiores talismãs, Rodrigo Pessoa tenta hoje, a partir das 9h, conquistar um título que ainda falta no currículo: o de campeão da prova individual de saltos do Pan.
O brasileiro não conta mais com Baloubet du Rouet, cavalo com o qual obteve suas principais conquistas -foi tricampeão da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000) e vencedor da Olimpíada de Atenas (2004).
Nessa Olimpíada, Pessoa também contou com um trunfo a mais, o dólar da sorte. A mística em torno da cédula começou na Olimpíada-1968, quando William Clark Steinkraus levou o ouro na prova de saltos.
Na época, o americano afirmou que o dólar lhe dera sorte. Vinte anos depois, a cédula estava no bolso de outro campeão olímpico. Pierre Durand venceu a prova individual de saltos em Seul-1988, superando tabu de 24 anos do país sem ouro.
Admirador do estilo do brasileiro, Durand presenteou Pessoa pouco antes da Olimpíada de Atenas. "Não acreditava muito nisso, mas essa nota me deu sorte na minha vitória na Olimpíada", disse o ginete.
Parecia o fim da mística, já que a nota estava com Pessoa quando o brasileiro ficou em segundo na prova de saltos. Mas ele levou ouro após a montaria do vencedor, Cian O'Connor, ser pega no antidoping.
Baloubet, cavalo campeão olímpico, está quase aposentado. Com 17 anos, a montaria não salta há mais de um ano. Sua última prova foi a vitória em uma das provas do GP de Cannes, em 9 de junho de 2006. Rodrigo quer participar de torneio de adeus para Baloubet.
O brasileiro também não conta mais com o dólar da sorte. Doou a cédula para o museu do COI (Comitê Olímpíco Internacional) depois da Olimpíada na Grécia.
"Resolvi doar para que [a nota] fique guardada na história", disse Pessoa, pouco depois de ajudar o Brasil a levar o ouro por equipes no Pan, na sexta, recuperando título que o país não via desde Winnipeg-1999.
Desde a doação ao museu, Pessoa sofreu contratempos. Deixou a liderança do ranking da Federação Eqüestre Internacional, do qual é o 20º lugar. Oasis, aposta para suceder Baloubet, morreu neste ano. Sem ele, optou por Rufus no Pan.
Pessoa também se envolveu na polêmica seletiva para os Jogos. Chegou a anunciar que não disputaria o torneio, mas voltou atrás. Depois, teve o nome retirado do Pan pela Justiça.
Na final, Pedro Veniss entra com melhor pontuação (2,84). Pessoa é o quarto (5,74). Bernardo Alves é o sétimo (9,09), e César Almeida, o 12º (11,66).


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