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FUTSAL
Brasil ganha ouro, mas não atenção da Odepa
Presidente da entidade fica no hotel e não vê vitória sobre Argentina por 4 a 1
Decisão era vista por atletas e dirigentes como a última chance para rediscutir a manutenção do esporte no Pan de Guadalajara-2011
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Sem o convidado especial na
tribuna do pavilhão 3 do Riocentro, o Brasil venceu a Argentina, por 4 a 1, ontem, e conquistou o ouro, que poderá ser a
único do esporte em Pans.
Com uma excelente atuação
de Falcão, que marcou dois gols
e fez várias jogadas de efeito, a
equipe não teve dificuldades.
O primeiro gol saiu logo aos
20 segundos de jogo. O capitão
Vinícius e o ala Marquinho
completaram a vitória. O argentino Amas descontou.
O futsal dificilmente permanecerá no programa da próxima edição dos Jogos, que será
em Guadalajara, 2011.
Se isto for oficializado pela
Odepa (entidade que controla
do Pan), será a maior derrota
do esporte na tentativa de se
tornar olímpico nos Jogos de
2012, em Londres.
Além da inédita medalha, a
final era encarada por jogadores e dirigentes como a última
chance de "rediscutir" a manutenção do esporte no Pan.
Eles esperavam encontrar na
tribuna o presidente da Odepa,
o mexicano Mario Vázquez Raña, que não compareceu.
Ao chegar ao país no início do
mês, o dirigente já havia anunciado que o esporte não seria
disputado no próximo Pan.
Apesar da declaração, a Odepa
ainda não decidiu oficialmente.
"O futsal fez o seu trabalho.
Resta torcer agora. A decisão
será apenas política", disse o
técnico Paulo César.
Na final, Raña preferiu ignorar novamente o esporte. Sem
ter assistido a nenhum jogo no
Rio, ele enviou o costarriquenho Jorge Carvajal, do Comitê
Executivo da Odepa, para representá-lo na premiação.
"O presidente preferiu ficar
no hotel por causa do frio", disse Carvajal, sem rodeios. "Não
queremos que ele fique doente.
Amanhã [hoje], teremos a cerimônia de encerramento dos
Jogos e precisamos dele lá."
Responsável pela inclusão do
futsal no Pan do Rio, o presidente do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), Carlos Arthur Nuzman, disse ontem
acreditar que a ausência de Raña não atrapalharia o futuro do
esporte nos Jogos, mas pediu
que a Fifa e as confederações
pressionem a Odepa.
Falcão, que ontem marcou o
gol mais bonito ao dar um chapéu no goleiro argentino e
completar de cabeça, admitiu
que, se o esporte sair do Pan em
2011, o sonho de disputar a
Olimpíada de 2012 ficará "totalmente inviabilizado". "Será
um passo para trás. Talvez,
nunca mais voltaremos aqui."
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