São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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FUTSAL

Brasil ganha ouro, mas não atenção da Odepa

Presidente da entidade fica no hotel e não vê vitória sobre Argentina por 4 a 1

Decisão era vista por atletas e dirigentes como a última chance para rediscutir a manutenção do esporte no Pan de Guadalajara-2011

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Sem o convidado especial na tribuna do pavilhão 3 do Riocentro, o Brasil venceu a Argentina, por 4 a 1, ontem, e conquistou o ouro, que poderá ser a único do esporte em Pans.
Com uma excelente atuação de Falcão, que marcou dois gols e fez várias jogadas de efeito, a equipe não teve dificuldades.
O primeiro gol saiu logo aos 20 segundos de jogo. O capitão Vinícius e o ala Marquinho completaram a vitória. O argentino Amas descontou.
O futsal dificilmente permanecerá no programa da próxima edição dos Jogos, que será em Guadalajara, 2011.
Se isto for oficializado pela Odepa (entidade que controla do Pan), será a maior derrota do esporte na tentativa de se tornar olímpico nos Jogos de 2012, em Londres.
Além da inédita medalha, a final era encarada por jogadores e dirigentes como a última chance de "rediscutir" a manutenção do esporte no Pan.
Eles esperavam encontrar na tribuna o presidente da Odepa, o mexicano Mario Vázquez Raña, que não compareceu.
Ao chegar ao país no início do mês, o dirigente já havia anunciado que o esporte não seria disputado no próximo Pan. Apesar da declaração, a Odepa ainda não decidiu oficialmente.
"O futsal fez o seu trabalho. Resta torcer agora. A decisão será apenas política", disse o técnico Paulo César.
Na final, Raña preferiu ignorar novamente o esporte. Sem ter assistido a nenhum jogo no Rio, ele enviou o costarriquenho Jorge Carvajal, do Comitê Executivo da Odepa, para representá-lo na premiação.
"O presidente preferiu ficar no hotel por causa do frio", disse Carvajal, sem rodeios. "Não queremos que ele fique doente. Amanhã [hoje], teremos a cerimônia de encerramento dos Jogos e precisamos dele lá."
Responsável pela inclusão do futsal no Pan do Rio, o presidente do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), Carlos Arthur Nuzman, disse ontem acreditar que a ausência de Raña não atrapalharia o futuro do esporte nos Jogos, mas pediu que a Fifa e as confederações pressionem a Odepa.
Falcão, que ontem marcou o gol mais bonito ao dar um chapéu no goleiro argentino e completar de cabeça, admitiu que, se o esporte sair do Pan em 2011, o sonho de disputar a Olimpíada de 2012 ficará "totalmente inviabilizado". "Será um passo para trás. Talvez, nunca mais voltaremos aqui."


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