São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Ronaldinho ofusca Pato em Cingapura

Veterano da seleção olímpica tem atuação destacada, e promessa vai mal no penúltimo jogo antes da estréia nos Jogos

Cingapura 0
Seleção olímpica 3


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA

O craque que simboliza o passado recente foi ótimo. Já o novato que simboliza o futuro do time brasileiro preocupa.
Com atuação de gala de Ronaldinho, seu maior veterano, e decepcionante de Alexandre Pato, o mais jovem do time titular e maior promessa do futebol nacional, a seleção olímpica venceu ontem Cingapura, por 3 a 0, no seu primeiro amistoso na reta final de preparação para a Olimpíada de Pequim.
Sem jogar há quatro meses e já com 28 anos, Ronaldinho ficou em campo por 90 minutos, deu passe de calcanhar para um companheiro assinalar um gol e ainda fez o seu no confronto contra a frágil seleção (127ª colocada no ranking da Fifa).
Fragilidade que não foi explorada por Pato, que vai formar dupla com Ronaldinho nesta temporada no Milan.
O atacante de 18 anos pouco foi notado nos 45 minutos em que ficou em campo -saiu no intervalo. Na melhor chance, chutou em cima do goleiro.
Atuações tão diferentes que se refletiram nas declarações após o jogo, disputado sob forte calor e com muita umidade.
Ronaldinho estava exultante. "Ficava imaginando voltar assim, fazendo gol, dando passe para gol, ter o privilégio de ser o capitão. Voltar à seleção dessa forma foi maravilhoso."
Pato seguiu com seu estilo de ter a mesma resposta para qualquer pergunta, quase sempre monossilábico. "Estou feliz, estou trabalhando forte para fazer gols e ajudar o time", disse ele quando questionado pela Folha se não teve uma boa apresentação porque sua forma física ainda não é a ideal.
Demorou 13 minutos para o Brasil fazer seu primeiro chute a gol, em tentativa de Pato, defendida com facilidade pelo goleiro do time da casa. Daí para o placar ser aberto foram mais sete minutos. Aos 20min, Diego chutou cruzado e rasteiro, após passe de calcanhar de Ronaldinho, para fazer 1 a 0.
Foi a senha para a troca de uma atuação burocrática por lances de efeito, como a tabela que originou o segundo gol, aos 27min, de Ronaldinho.
No segundo tempo, Dunga iniciou o batalhão de substituições que havia prometido. Foram três antes de o jogo recomeçar. E o Brasil novamente jogava em banho-maria, com o agravante que, desta vez, Cingapura ameaçava, como aos 11min, quando Renan salvou.
Antes dos 30min, Dunga já havia feito seis substituições. E a atuação nacional, que era razoável, ficou pior, com Cingapura criando as melhores chances. Sorte de Dunga que sua última substituição deu resultado. Com dez quilos a mais do que nos tempos em que defendia o Corinthians, Jô marcou, de cabeça, o terceiro do Brasil.
A seleção embarca hoje para Hanói, onde faz, na sexta-feira, contra o Vietnã, seu último amistoso antes da estréia na Olimpíada, no dia 7. "O futebol nos proporciona essas coisas. Graças ao futebol, a gente pode fazer as pessoas felizes", falou Ronaldinho, sobre o fato de o Brasil jogar agora em um dos países mais pobres da Ásia.


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