São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Foco

Empresa monta QG com "olheiro eletrônico" para observar e vender atletas

Eduardo Anizelli/Folha Imagem
Em sala da Traffic, Dario Pereyra monitora jogadores

DA REPORTAGEM LOCAL

No passado, jovens jogadores costumavam se informar sobre a presença de olheiros de times grandes em suas partidas. Uma boa atuação podia ser o passaporte à ascensão na carreira.
No presente, a sorte grande é aparecer nas telas de um escritório no Itaim, zona sul de São Paulo, onde funciona a Traffic. É a trilha para uma transferência.
A empresa mantém uma sala de observação, na qual rodam partidas das séries A e B do Brasileiro, Estaduais e outros DVDs com lances específicos de jogadores.
É o centro de um esquema para olhar jogadores, capitaneado pelo ex-zagueiro e ex-técnico Dario Pereyra.
"Procuramos os jogadores em destaque para fazer um relatório. Temos observadores que indicam, temos amigos. Fazemos deslocamentos pelo país. E pedimos material em vídeo para vários lugares", contou o uruguaio.
Outra fonte de informação é um serviço de estatística, da Footstats, que é contratado pela Traffic. Serve como uma complementação da observações de técnicos.
Também há, claro, ofertas de jogadores para a Traffic. Além disso, são acompanhados campeonatos de juniores, principalmente pela equipe do Desportivo Brasil, pertencente à Traffic. O ex-jogador Pita, por exemplo, está incluído nesse estafe.
Dario Pereyra contou que é comum, principalmente na base, topar com concorrentes, que podem ser empresários ou olheiros de clubes.
Não há um perfil físico de jogadores a serem procurados -podem ser altos, baixos, rápidos ou lentos. Mas é preciso que sejam jovens, para ter valor na revenda.
"Atletas acima de 27 anos só vamos contratar se for para botar no time de algum parceiro que tem carência na posição", explicou Dario Pereyra, que é uruguaio.
Sua equipe faz o relatório para a diretoria da Traffic, que decide pela contratação e usa seus agentes para fechar o negócio.
Na outra ponta, a ilha de TV da Traffic também serve para repassar os jogadores já na carteira da empresa. São preparados vídeos de 10 a 15 minutos com esses atletas, que são disponibilizados na internet para assinantes, entre empresários e clubes.
Já há cem jogadores expostos. A Traffic tem condições de saber quem acessa a imagem de cada jogador. Assim, fecha o ciclo comercial.


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