São Paulo, quarta-feira, 29 de julho de 2009

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Coadjuvante em Pequim, alemão destrona Phelps

Após evoluir 4 segundos em um ano, Biedermann fica com ouro e recorde mundial dos 200 m livre no Mundial de Roma

Americano, que não perdia a prova em grandes eventos desde Atenas-04, reconhece superioridade do adversário e afirma que precisa treinar

Kerim Okten/Efe
Biedermann, 22, lidera a final dos 200m livre para
encerrar a invencibilidade de Phelps na prova


MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

O melhor de Michael Phelps, dessa vez, não foi suficiente para lhe levar ao topo do pódio.
Ontem, o maior nadador da atualidade ficou para trás em uma prova em que costumava reinar absoluto. Desde Atenas-2004, o norte-americano não perdia os 200 m livre nos principais eventos mundiais.
O autor da façanha foi Paul Biedermann, que, coadjuvante em Pequim, tornou-se protagonista em menos de um ano.
"Foi maravilhoso competir com Phelps. Pode ser que em forma ele ganhe de mim, mas hoje sou mais rápido do que ele", disse ele, que superou o recorde mundial (1min42s00).
Na China, Biedermann ficou em quinto, com 1min46s00.
No primeiro dia em Roma, ele havia mostrado essa evolução ao quebrar o recorde dos 400 m livre, com 3min40s07. A marca anterior pertencia ao australiano Ian Thorpe.
"Talvez ele seja o atleta que está fazendo o melhor Mundial", elogiou Phelps ontem.
O americano parecia resignado. Ficou chateado com a derrota, mas disse que não tinha condições de competir de igual para igual até o fim da prova.
Phelps, que era o recordista mundial, até tentou caprichar nas pernadas submersas, um de seus pontos fortes, para compensar a força de Biedermann, 22. Esforço em vão. "Não estava adiantando, e ele nadou muito bem os últimos 50 metros."
Questionado sobre a última vez em que havia se sentido tão pressionado nessa prova, Phelps fez uma longa pausa e respondeu: "Não tenho certeza, provavelmente nunca".
A preparação do campeão olímpico para o Mundial não foi a ideal. Ele ficou seis meses sem treinar após a conquista dos oito ouros em Pequim e também se envolveu em confusão: teve foto sua fumando maconha publicada em um jornal.
"Me preparei da melhor forma que podia, eu entendo isso [não estar 100%]. Mas fiz o segundo melhor tempo na minha vida... Não posso ficar desapontado. Sei o que tenho de fazer, é entrar na piscina e treinar", afirmou o nadador.
Phelps fora de forma, Biedermann em ótima fase. Não foram só esses dois aspectos que ajudaram a definir a final.
O alemão usava um X-Glide, traje feito de material impermeável, nova sensação das piscinas. Phelps vestia o LZR Racer, principal traje de Pequim, que hoje parece ultrapassado.
"O traje me fez realmente rápido, honestamente, cerca de dois segundos", afirmou Biedermann após os 400 m livre.
Phelps disse enfaticamente que foi o nadador quem ganhou dele ontem, e não o maiô que ele usava. Mas se colocou contra os novos trajes, apesar de ser patrocinado pela Speedo.
Seu técnico, Bob Bowman, anunciou que Phelps não nadará evento internacional até que a federação de natação apresente regras claras para o controle dos trajes. "Ele marca minhas provas. Se quer, então é isso que vai acontecer", disse Phelps, que hoje nada a final dos 200 m borboleta.


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