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Scolari leva Palmeiras ao limite
De olho no clássico contra o Corinthians, técnico cobra atacantes e defensores durante treino
RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO
"De dez passes, vocês só
acertam cinco! Se começa errado, termina errado." E lá vinha Vítor tentar novo cruzamento, sob o olhar atento do
técnico Luiz Felipe Scolari.
O treinador cobrou muito
dos atletas no treino do Palmeiras, ontem à tarde, no CT.
As ordens, pedidos, às vezes suplícios, não eram apenas para o lateral direito Vítor. Sobrou para o volante
Tinga, o lateral esquerdo Armero, o atacante Tadeu...
"Chuta forte! Forte!", gritou Scolari, antes que Márcio
Araújo fizesse a jogada ensaiada de ultrapassagem pela direita e cruzasse para a
grande área. Saiu fraco.
"É por onde a gente poderá
achar mais espaço para jogar", disse, depois, o volante, citando a ênfase dada às
bolas cruzadas. Márcio Araújo só não quis responder se
Scolari era bravo. Sorriu sem
jeito e foi para o vestiário.
Sobrou até para quem não
é funcionário do clube. O
meia-atacante Júlio César e o
atacante Bruno Oliveira pertencem ao XV de Piracicaba.
Estão sendo avaliados.
Após errar a terceira finalização seguida, Bruno viu
Scolari mostrar com o corpo
como o atleta deveria se posicionar antes da conclusão.
Em determinado momento do treino, após tanto bufar, gesticular, falar, e não ser
atendido, o próprio técnico
se posicionou como um cone
na pequena área. "Aqui fica
fácil, tá vendo?", disse, enquanto outra bola cruzada
por Tinga pelo chão passava
rente à sua chuteira direita.
A intenção era mostrar que
não adiantava arriscar cruzamentos rasteiros, onde os beques do Corinthians poderão
interceptar a bola no clássico
do domingo, no Pacaembu.
O técnico exigia bolas alçadas com força o suficiente
para passar longe do alcance
das cabeças dos rivais, mas
precisas o bastante para chegar até os atacantes palmeirenses. Queria a perfeição.
"Boa, Armero!", comemorou Scolari, após o colombiano passar com louvor por
uma das repetições. Bola redonda, na cabeça de Tadeu.
Gol. "Isso!", festejou o treinador, que passou boa parte da
atividade nessa simulação.
Enquanto isso, no outro lado do campo, os zagueiros se
exauriam. O exercício intercalava saltos para que afastassem bolas pelo alto, corridas de costas para recuarem
até a altura da pequena área
e novos pulos para interceptarem novo cruzamento.
O time aprovou a tarde de
saltos, giros e suor. "O Corinthians tem atletas altos. Estamos aproveitando a semana
para nos aprimorar", disse o
volante Marcos Assunção.
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