São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Scolari leva Palmeiras ao limite

De olho no clássico contra o Corinthians, técnico cobra atacantes e defensores durante treino

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

"De dez passes, vocês só acertam cinco! Se começa errado, termina errado." E lá vinha Vítor tentar novo cruzamento, sob o olhar atento do técnico Luiz Felipe Scolari.
O treinador cobrou muito dos atletas no treino do Palmeiras, ontem à tarde, no CT.
As ordens, pedidos, às vezes suplícios, não eram apenas para o lateral direito Vítor. Sobrou para o volante Tinga, o lateral esquerdo Armero, o atacante Tadeu...
"Chuta forte! Forte!", gritou Scolari, antes que Márcio Araújo fizesse a jogada ensaiada de ultrapassagem pela direita e cruzasse para a grande área. Saiu fraco.
"É por onde a gente poderá achar mais espaço para jogar", disse, depois, o volante, citando a ênfase dada às bolas cruzadas. Márcio Araújo só não quis responder se Scolari era bravo. Sorriu sem jeito e foi para o vestiário.
Sobrou até para quem não é funcionário do clube. O meia-atacante Júlio César e o atacante Bruno Oliveira pertencem ao XV de Piracicaba. Estão sendo avaliados.
Após errar a terceira finalização seguida, Bruno viu Scolari mostrar com o corpo como o atleta deveria se posicionar antes da conclusão.
Em determinado momento do treino, após tanto bufar, gesticular, falar, e não ser atendido, o próprio técnico se posicionou como um cone na pequena área. "Aqui fica fácil, tá vendo?", disse, enquanto outra bola cruzada por Tinga pelo chão passava rente à sua chuteira direita.
A intenção era mostrar que não adiantava arriscar cruzamentos rasteiros, onde os beques do Corinthians poderão interceptar a bola no clássico do domingo, no Pacaembu.
O técnico exigia bolas alçadas com força o suficiente para passar longe do alcance das cabeças dos rivais, mas precisas o bastante para chegar até os atacantes palmeirenses. Queria a perfeição.
"Boa, Armero!", comemorou Scolari, após o colombiano passar com louvor por uma das repetições. Bola redonda, na cabeça de Tadeu. Gol. "Isso!", festejou o treinador, que passou boa parte da atividade nessa simulação.
Enquanto isso, no outro lado do campo, os zagueiros se exauriam. O exercício intercalava saltos para que afastassem bolas pelo alto, corridas de costas para recuarem até a altura da pequena área e novos pulos para interceptarem novo cruzamento.
O time aprovou a tarde de saltos, giros e suor. "O Corinthians tem atletas altos. Estamos aproveitando a semana para nos aprimorar", disse o volante Marcos Assunção.


Texto Anterior: Ronaldo volta a ter contato com a bola
Próximo Texto: Para Assunção, pegar arquirrival anima
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.