São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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no limite

Riscos do clássico vão da tabela às arquibancadas

Em rodada nervosa do Brasileiro, partida entre Palmeiras e São Paulo inspira preocupações dentro e fora do gramado

Possibilidade de confrontos entre torcidas e presença de quarteto líder do torneio em campo aumentam a tensão sobre oponentes desta noite

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Rogério Ceni tenta defesa em treino do São Paulo


MÁRVIO DOS ANJOS
RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um clássico de risco, dentro e fora de campo. Palmeiras e São Paulo, que se enfrentam hoje, às 21h30, inspiram preocupações nas duas frentes.
Primeiro, pelo fato de ter como palco o acanhado Parque Antarctica, questionado sempre que um confronto estadual é marcado para o local. Tanto que um aparato inédito de segurança foi preparado para monitorar as torcidas, das estações do metrô às arquibancadas.
Dentro de campo, a situação também faz do clássico um jogo-limite para os oponentes.
Isso porque o clima de decisão vai estar espalhado pela quarta-feira do Brasileiro, em que os quatro primeiros colocados na tabela jogarão.
Além do clássico paulista, que reúne o primeiro contra o quarto, o Botafogo (3º) pega o Flamengo no Maracanã e o Cruzeiro (2º) encara o Paraná em Curitiba. Amanhã, Santos (6º) x Atlético-PR e Vasco (5º) x Náutico fecham a 22ª rodada.
Líder com 44 pontos, o São Paulo sabe que uma derrota hoje, somada a uma vitória cruzeirense, tornará sua situação menos tranqüila. Os mineiros têm um jogo a menos e poderão igualar-se aos paulistas.
"Tomara que eles joguem logo esse jogo e nos enfrentem, para que vocês [jornalistas] parem de lembrar isso", afirma o treinador Muricy Ramalho.
Além do mais, a tabela pós-clássico não se mostra tão favorável aos são-paulinos. Se a visita do Paraná no sábado não parece tão ameaçadora, na seqüência virão três pedreiras: Atlético-MG e Vasco, fora, além do Santos, em casa. Para complicar as coisas, o São Paulo sofrerá com o desgaste dos compromissos de meio de semana contra o Boca Juniors pela Copa Sul-Americana.
"Temos apenas 21 jogadores, estamos no limite", afirma Muricy, que perdeu o zagueiro reserva Edcarlos para o Benfica. O São Paulo concretizou a venda por cerca de R$ 3,5 milhões. O jogador se despediu ontem.
Para o Palmeiras, um revés vai interrompe série de cinco jogos invicto. O time ainda busca se impor diante de sua torcida e sabe que uma derrota pode bagunçar, de novo, a rotina de trabalho de Caio Júnior.
Nos bastidores do clube, bater o rival do Morumbi e líder da competição servirá para convencer o próprio grupo de que ele é capaz de alçar vôos mais altos no Brasileiro.
A equipe, que por várias vezes deixou de embalar justamente por falhar no Parque Antarctica, enfrentará uma seqüência de partidas ainda mais ingrata: joga como visitante diante de Cruzeiro e Botafogo, adversários diretos pelas primeiras colocações na tabela.
Pela primeira vez no campeonato, Caio Jr. parece ter encontrado seu time ideal, com a dupla Luiz Henrique e Edmundo no comando do ataque.
"Nossa equipe vem atravessando um bom momento [nos últimos cinco jogos, o Palmeiras venceu quatro e empatou um]. Sabemos da dificuldade que é enfrentar o São Paulo, mas estamos preparados", fala Makelele, que terá a missão de marcar o arisco, e às vezes temperamental, Leandro.
Coincidentemente, a boa arrancada da equipe foi iniciada quando o Palmeiras passou a jogar com calção e meias brancas, a exemplo da geração vitoriosa dos anos 90 na era Parmalat. Nesta noite, repetirá a dose.
"Não sou supersticioso, mas vou manter as meias brancas", brincou o técnico palmeirense.

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