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Estádio não tem padrão da Fifa para segurança
Parque Antarctica falha em relação a normas para público e jogadores
Palmeirenses entram só por um portão, com corredor estreito; entidade pede espaço de sobra e acessos separados para cada setor
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que inspetores da
Fifa estarão em São Paulo, para
analisar se a cidade pode sediar
a Copa do Mundo de 2014, o
clássico entre são-paulinos e
palmeirenses vai desrespeitar
normas de segurança da entidade máxima do futebol.
O Parque Antarctica está fora
dos padrões exigidos pela Fifa
para proteção do público, jogadores e árbitros. A inadequação
agravou-se com as alterações
na entrada dos torcedores feitas a pedido da Polícia Militar.
Em visita ao estádio, a Folha
constatou pelo menos oito
pontos que contrariam o documento da Fifa sobre estádios:
"Recomendações técnicas e
exigências". Alguns dos desrespeitos são comuns a outras arenas brasileiras, alguns são específicos do Parque Antarctica.
O controle do público é o
maior problema. Por pedido da
PM, 18 mil palmeirenses entrarão por um portão na rua Turiassu -o acesso da Francisco
Matarazzo estará fechado.
Terão de entrar por um portão seguido de uma escada e
por passagem por debaixo da
sede social. Em seguida, entram em corredor mais estreito, em volta do campo, até chegarem a seus lugares.
A Fifa recomenda que cada
setor tenha seu próprio acesso
ao estádio, com triagem em
grade exterior às entradas.
Seu documento diz que "todo mundo vai querer sair ao
mesmo tempo, em poucos minutos, e o espaço para circulação imediatamente fora das
portas tem que ser suficiente
para garantir que o espectador
não seja posto em risco". A entidade manifesta preocupação
de esmagamento de público.
Para amenizar o problema, a
diretoria do Palmeiras pediu a
seus torcedores que cheguem
cedo. "Assim, não vai haver fluxo concentrado", disse Domenico Carone, diretor ligado à
administração do estádio.
Do corredor em volta do
campo, os torcedores com ingresso de arquibancada podem
entrar em qualquer um dos nove acessos a esses assentos. Ou
seja, não são respeitadas as numerações escritas no concreto,
o que inviabiliza o controle do
total de pessoas por área. A falta de divisão em setores e subsetores é exigida pela Fifa.
No lado da torcida do São
Paulo, as 2.000 pessoas só terão dois acessos às arquibancadas. Se a torcida visitante for
numerosa, como ocorreu com
a do Flamengo, há aglomeração
de público na entrada.
Em ambos os setores, não há
cadeiras, que são exigência da
Fifa para evitar grandes deslocamentos de torcedores em comemorações de gols.
A chegada de jogadores e árbitros ao Parque Antarctica
também não atende às normas
da Fifa. Para que passem do estacionamento para os vestiários, policiais interrompem o
fluxo de torcedores no corredor em volta do campo e criam
uma barreira. O público pode
vê-los a pouca distância.
"Deve haver uma área privada, protegida, que possa ser
acessada por ônibus, e que os
participantes do jogo entrem
no estádio seguramente, longe
do público", diz a Fifa. "A torcida é nossa, não tem problema
[com o time do Palmeiras]. E a
passagem do outro time é muito rápida", falou Carone.
Além da segurança, o Parque
Antarctica, cujo primeiro jogo
foi em 1902, não atende quesitos de conforto pedidos pela
Fifa. Hoje, sua capacidade foi
reduzida para 20 mil pessoas
por segurança, nove mil a menos do que o normal. Há planos
da diretoria para reformá-lo.
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