São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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STJD fecha Canindé, e Lusa diz que não joga em outro estádio

Clube será obrigado a devolver os ingressos vendidos para o jogo de terça-feira

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O estádio da Portuguesa foi interditado por tempo indeterminado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O Canindé vai ficar fechado até que seja julgado o caso da invasão do vestiário da equipe por dois conselheiros e dois seguranças armados, terça-feira.
A decisão, tomada pelo vice- -presidente do STJD, Virgilio Val, foi mal recebida pelo time paulistano. O clube alega não ter sido avisado da interdição. E argumenta ser impossível cumprir a ordem porque já começou a vender ingressos para o jogo contra o Figueirense, pela Série B, na próxima terça.
"A Portuguesa não vai jogar em outro estádio que não seja o Canindé", afirmou o vice de futebol Luís Iaúca. "Já pagamos R$ 2.400 pelo policiamento e vendemos 700 ingressos."
Iaúca se revoltou contra a decisão do STJD. "Não houve nada no campo, foi só um conselheiro que gritou no vestiário. Como é que podem fechar um estádio por causa disso?"
Na noite de terça passada, a Lusa perdeu por 2 a 1 para o Vila Nova. Após o jogo, os conselheiros Antônio José Vaz Pinto, 46, e Vitor Manuel Macedo Diniz, 25, invadiram o vestiário do time. Acompanhados de dois seguranças armados, gritaram com os jogadores.
O técnico René Simões se demitiu por receio de prosseguir no cargo, e o meia Edno disse que não quer mais jogar pelo clube. "Tive medo de tomar um tiro na cara", contou o jogador.
Ontem, na estreia de Vagner Benazzi como substituto de Simões e com Edno em campo, o time bateu o Fortaleza por 1 a 0, no Ceará, e encerrou uma série de seis jogos sem vitória.
A próxima partida da Portuguesa é justamente contra o Figueirense, terça-feira. "Não procuramos outro estádio e nem vamos", disse Iaúca.
De acordo com a decisão, o clube tem que mandar seus jogos fora da cidade de São Paulo.
Segundo Caio Medauar, procurador do STJD, o fato de a Portuguesa já ter vendido ingressos para o jogo de terça-feira não impede a interdição.
"Se fosse uma perda de mando de campo, o normal seria esperar esse jogo de terça-feira e depois aplicar a pena", disse. "Mas, como se trata de garantir a segurança de torcedores e jogadores, não se pode esperar."
Ainda segundo o procurador, o clube deve informar seus torcedores sobre a mudança do local da partida e oferecer a troca ou a devolução de ingressos.
Na semana que vem, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, oferecerá denúncia contra conselheiros, dirigentes e o clube luso. A Portuguesa poderá perder o mando de campo por até dez partidas e ser multada em até R$ 400 mil.
Há duas semanas, dirigentes e jogadores do Vasco foram agredidos por torcedores no caminho entre as tribunas e o vestiário do time visitante. O caso também será julgado na próxima semana.


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