São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010

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Enferrujados

Após 12 anos, Luxemburgo e Scolari se reveem em baixa no duelo entre Atlético-MG e Palmeiras

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Os salários continuam altos e os nomes remetem a grandes conquistas, mas é em baixa que Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari conduzirão Atlético-MG e Palmeiras, hoje, em Ipatinga.
Com campanhas pífias no Campeonato Brasileiro de 2010, os dois treinadores chegam ao primeiro encontro depois de mais de uma década mais próximos da degola que de um eventual título.
A situação do clube mineiro é ainda mais preocupante.
Sob o comando de Luxemburgo, os atleticanos conseguiram somar somente 14 pontos de 48 possíveis, o suficiente para posicioná-los na antepenúltima colocação antes do início da 17ª rodada.
O aproveitamento do técnico na competição é de apenas 29,2%, muito pouco para quem já conquistou o título nacional cinco vezes (1993, 1994, 1998, 2003 e 2004).
Sem contar que o investimento do Atlético-MG não foi baixo. Além do treinador, cujos salários nas últimas temporadas giravam na casa dos R$ 500 mil, o clube trouxe o meia Diego Souza, ex-Palmeiras, o zagueiro Réver, do Grêmio, e o meia-atacante Daniel Carvalho, que passou rapidamente pelo Qatar.
Na prática, porém, o dinheiro aplicado no estrelado plantel não tem vingado.
No Brasileiro, o time venceu apenas quatro vezes e sofreu 28 gols -era a pior defesa do campeonato até a rodada começar. O clube ainda suou para avançar na Copa Sul-Americana, quando despachou o modesto Prudente com um gol aos 48min do segundo tempo.
Tal enredo se assemelha muito ao de Scolari no comando do Palmeiras, apesar de ele, ao contrário de Luxemburgo, ter assumido o clube no decorrer do torneio.
Desde que chegou, porém, o campeão mundial de 2002 não fez jus à fama que o consagrou no Parque Antarctica ao final da última década.
Após perder os seis primeiros jogos, sendo um pela Sul- -Americana, Scolari engatou uma boa vitória sobre o Atlético-PR com a classificação improvável na competição internacional -o time reverteu um 2 a 0 do primeiro jogo e bateu o Vitória por 3 a 0.
Na última quinta-feira, no entanto, o gaúcho vivenciou o que ele próprio classificou como sua maior vergonha no clube, um revés por 3 a 0 em casa para o então lanterna do Brasileiro, o Atlético-GO.
Em dez partidas, o treinador que custa junto com sua comissão técnica cerca de R$ 700 mil por mês conseguiu apenas dois triunfos e cinco empates, aproveitamento que não chega a 37%.
Realidades bem distintas da vivida em 1998, no último embate entre os então maiorais da prancheta. Scolari, no Palmeiras, já era campeão brasileiro e continental pelo Grêmio, e o então corintiano Luxemburgo caminhava para o tricampeonato nacional.

ATLÉTICO-MG
Fábio Costa; Lima, Réver e Werley; Rafael Cruz, Jataí, Serginho, Ricardinho e Eron; Diego Souza e Diego Tardelli T.: Vanderlei Luxemburgo

PALMEIRAS
Marcos; Maurício Ramos, Danilo e Fabrício; Márcio Araújo, Edinho, Marcos Assunção, Tinga e Rivaldo; Valdivia e Tadeu T.: Luiz Felipe Scolari
Estádio: Ipatingão
Horário: 16h
Juiz: Marcelo de Lima Henrique (RJ)


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