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Enferrujados
Após 12 anos, Luxemburgo e Scolari se reveem em baixa no duelo entre Atlético-MG e Palmeiras
RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO
Os salários continuam altos e os nomes remetem a
grandes conquistas, mas é
em baixa que Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari conduzirão Atlético-MG e
Palmeiras, hoje, em Ipatinga.
Com campanhas pífias no
Campeonato Brasileiro de
2010, os dois treinadores chegam ao primeiro encontro
depois de mais de uma década mais próximos da degola
que de um eventual título.
A situação do clube mineiro é ainda mais preocupante.
Sob o comando de Luxemburgo, os atleticanos conseguiram somar somente 14
pontos de 48 possíveis, o suficiente para posicioná-los
na antepenúltima colocação
antes do início da 17ª rodada.
O aproveitamento do técnico na competição é de apenas 29,2%, muito pouco para
quem já conquistou o título
nacional cinco vezes (1993,
1994, 1998, 2003 e 2004).
Sem contar que o investimento do Atlético-MG não foi
baixo. Além do treinador, cujos salários nas últimas temporadas giravam na casa dos
R$ 500 mil, o clube trouxe o
meia Diego Souza, ex-Palmeiras, o zagueiro Réver, do
Grêmio, e o meia-atacante
Daniel Carvalho, que passou
rapidamente pelo Qatar.
Na prática, porém, o dinheiro aplicado no estrelado
plantel não tem vingado.
No Brasileiro, o time venceu apenas quatro vezes e sofreu 28 gols -era a pior defesa do campeonato até a rodada começar. O clube ainda
suou para avançar na Copa
Sul-Americana, quando despachou o modesto Prudente
com um gol aos 48min do segundo tempo.
Tal enredo se assemelha
muito ao de Scolari no comando do Palmeiras, apesar
de ele, ao contrário de Luxemburgo, ter assumido o
clube no decorrer do torneio.
Desde que chegou, porém,
o campeão mundial de 2002
não fez jus à fama que o consagrou no Parque Antarctica
ao final da última década.
Após perder os seis primeiros jogos, sendo um pela Sul-
-Americana, Scolari engatou
uma boa vitória sobre o Atlético-PR com a classificação
improvável na competição
internacional -o time reverteu um 2 a 0 do primeiro jogo
e bateu o Vitória por 3 a 0.
Na última quinta-feira, no
entanto, o gaúcho vivenciou
o que ele próprio classificou
como sua maior vergonha no
clube, um revés por 3 a 0 em
casa para o então lanterna do
Brasileiro, o Atlético-GO.
Em dez partidas, o treinador que custa junto com sua
comissão técnica cerca de R$
700 mil por mês conseguiu
apenas dois triunfos e cinco
empates, aproveitamento
que não chega a 37%.
Realidades bem distintas
da vivida em 1998, no último
embate entre os então maiorais da prancheta. Scolari, no
Palmeiras, já era campeão
brasileiro e continental pelo
Grêmio, e o então corintiano
Luxemburgo caminhava para o tricampeonato nacional.
ATLÉTICO-MG
Fábio Costa; Lima, Réver e Werley; Rafael Cruz, Jataí, Serginho, Ricardinho e
Eron; Diego Souza e Diego Tardelli
T.: Vanderlei Luxemburgo
PALMEIRAS
Marcos; Maurício Ramos, Danilo
e Fabrício; Márcio Araújo, Edinho,
Marcos Assunção, Tinga e Rivaldo;
Valdivia e Tadeu
T.: Luiz Felipe Scolari
Estádio: Ipatingão
Horário: 16h
Juiz: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
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