|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
As surpresas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O vôlei feminino mundial
anda, como diria aquele velho boleiro, uma caixinha de surpresas. A Itália, atual campeã
mundial, e a Rússia, medalha de
prata nos Jogos de Sydney, não se
classificaram nem para as semifinais do Campeonato Europeu. A
final, inédita e surpreendente, foi
entre Turquia e Polônia.
Outro fantasma dos velhos tempos, Cuba, atual tricampeã olímpica, anda em fase de renovação e
em tempos difíceis. Perdeu a decisão dos Jogos Pan-Americanos
para a República Dominicana,
mas acabou se recuperando no
torneio continental. Junto com os
Estados Unidos, classificou-se para a Copa do Mundo.
Essa introdução toda é pra mostrar que o cenário mundial está
favorável ao Brasil. Não existe
mais bicho-papão como era Cuba
nos anos 90. O time se reforçou de
jogadoras experientes, como Fernanda Venturini e Fofão, e tem
todos os caminhos abertos para
lutar por uma medalha de ouro
nos Jogos de Atenas.
Está certo que uma das explicações para a fraca campanha da
Rússia no Europeu foi um vírus,
já devidamente batizado de Ankara, nome de uma das cidades
sedes do torneio, na Turquia.
Atingidas pelo vírus, as duas estrelas do time, Artamonova e Gamova, foram parar no hospital
com problemas estomacais.
O certo é que a Rússia, para surpresa geral, perdeu da Turquia e
da Alemanha por 3 a 0. Resultado: teve que se contentar ontem
com a vitória sobre a Itália na
disputa de quinto lugar. As russas
e a italianas dependem agora de
convite da federação internacional para irem à Copa do Mundo.
A Itália parece sofrer de uma irregularidade crônica. No ano
passado, surpreendeu com a conquista do título no Mundial da
Alemanha. Depois disso, não se
acertou mais. No último Grand
Prix, acabou em quinto lugar. No
Europeu, novo tropeço: perdeu
para a Holanda e Bulgária na fase de classificação.
Já o Brasil inicia amanhã, no
Texas, uma série de quatro amistosos contra os EUA, vice-campeões mundiais. Será o primeiro
grande teste do time desde que José Roberto Guimarães assumiu o
comando. No Sul-Americano, pegamos rivais frágeis, que não serviram de parâmetro.
E o time norte-americano está
com todas suas feras: de Danielle
Scott a Keba Phipps. Os Estados
Unidos têm um jogo semelhante
ao brasileiro. A maior diferença é
que eles jogam mais com as bolas
altas nas pontas. O Brasil atua
com mais velocidade.
A maior preocupação de Zé Roberto é com o sistema defensivo.
Ele quer um time que não deixe a
bola cair no chão e arme um contra-ataque veloz. O passe também
é fundamental. Você sabe, temos
duas grandes levantadoras: com
a bola na mão, Fernanda Venturini ou Fofão fazem a festa.
Já no masculino, problemas à
vista. A decisão do técnico Bernardinho de iniciar os treinos em
13 de outubro, um mês antes da
Copa do Mundo, está provocando
protesto dos clube italianos de
Nalbert, Maurício, Giba, Gustavo, Rodrigão e Dante. Eles só querem liberar os atletas 15 dias antes do torneio.
Copa do Mundo
No feminino, já estão definidas as dez seleções classificadas para a
Copa do Mundo, que acontece de 1º a 15 de novembro, no Japão. A
relação é a seguinte: Brasil, Argentina, Estados Unidos, Cuba, Polônia, Turquia, Egito, China, Coréia do Sul e Japão. Falta agora a federação internacional definir quais serão as duas equipes convidadas.
Itália
O Macerata, do brasileiro Nalbert, conseguiu mais uma vitória na segunda rodada do Campeonato Italiano. Derrotou o Parma por 3 sets
a 0 (25/22, 25/18 e 25/17). Nalbert marcou 12 pontos. O maior pontuador foi Ivan Miljkovic, da Sérvia e Montenegro, com 22. Já o Sisley,
dos italianos Papi e Fei, perdeu mais uma partida. Desta vez foi para
o Trentino, do russo Alexei Kazakov, também por 3 a 0.
E-mail: cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Brasil e Suécia farão revanche no Mundial Próximo Texto: Panorâmica - Automobilismo: Junqueira perde chance a 3 GPs do final da Indy Índice
|