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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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VÔLEI

As surpresas

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O vôlei feminino mundial anda, como diria aquele velho boleiro, uma caixinha de surpresas. A Itália, atual campeã mundial, e a Rússia, medalha de prata nos Jogos de Sydney, não se classificaram nem para as semifinais do Campeonato Europeu. A final, inédita e surpreendente, foi entre Turquia e Polônia.
Outro fantasma dos velhos tempos, Cuba, atual tricampeã olímpica, anda em fase de renovação e em tempos difíceis. Perdeu a decisão dos Jogos Pan-Americanos para a República Dominicana, mas acabou se recuperando no torneio continental. Junto com os Estados Unidos, classificou-se para a Copa do Mundo.
Essa introdução toda é pra mostrar que o cenário mundial está favorável ao Brasil. Não existe mais bicho-papão como era Cuba nos anos 90. O time se reforçou de jogadoras experientes, como Fernanda Venturini e Fofão, e tem todos os caminhos abertos para lutar por uma medalha de ouro nos Jogos de Atenas.
Está certo que uma das explicações para a fraca campanha da Rússia no Europeu foi um vírus, já devidamente batizado de Ankara, nome de uma das cidades sedes do torneio, na Turquia. Atingidas pelo vírus, as duas estrelas do time, Artamonova e Gamova, foram parar no hospital com problemas estomacais.
O certo é que a Rússia, para surpresa geral, perdeu da Turquia e da Alemanha por 3 a 0. Resultado: teve que se contentar ontem com a vitória sobre a Itália na disputa de quinto lugar. As russas e a italianas dependem agora de convite da federação internacional para irem à Copa do Mundo.
A Itália parece sofrer de uma irregularidade crônica. No ano passado, surpreendeu com a conquista do título no Mundial da Alemanha. Depois disso, não se acertou mais. No último Grand Prix, acabou em quinto lugar. No Europeu, novo tropeço: perdeu para a Holanda e Bulgária na fase de classificação.
Já o Brasil inicia amanhã, no Texas, uma série de quatro amistosos contra os EUA, vice-campeões mundiais. Será o primeiro grande teste do time desde que José Roberto Guimarães assumiu o comando. No Sul-Americano, pegamos rivais frágeis, que não serviram de parâmetro.
E o time norte-americano está com todas suas feras: de Danielle Scott a Keba Phipps. Os Estados Unidos têm um jogo semelhante ao brasileiro. A maior diferença é que eles jogam mais com as bolas altas nas pontas. O Brasil atua com mais velocidade.
A maior preocupação de Zé Roberto é com o sistema defensivo. Ele quer um time que não deixe a bola cair no chão e arme um contra-ataque veloz. O passe também é fundamental. Você sabe, temos duas grandes levantadoras: com a bola na mão, Fernanda Venturini ou Fofão fazem a festa.
Já no masculino, problemas à vista. A decisão do técnico Bernardinho de iniciar os treinos em 13 de outubro, um mês antes da Copa do Mundo, está provocando protesto dos clube italianos de Nalbert, Maurício, Giba, Gustavo, Rodrigão e Dante. Eles só querem liberar os atletas 15 dias antes do torneio.

Copa do Mundo
No feminino, já estão definidas as dez seleções classificadas para a Copa do Mundo, que acontece de 1º a 15 de novembro, no Japão. A relação é a seguinte: Brasil, Argentina, Estados Unidos, Cuba, Polônia, Turquia, Egito, China, Coréia do Sul e Japão. Falta agora a federação internacional definir quais serão as duas equipes convidadas.

Itália
O Macerata, do brasileiro Nalbert, conseguiu mais uma vitória na segunda rodada do Campeonato Italiano. Derrotou o Parma por 3 sets a 0 (25/22, 25/18 e 25/17). Nalbert marcou 12 pontos. O maior pontuador foi Ivan Miljkovic, da Sérvia e Montenegro, com 22. Já o Sisley, dos italianos Papi e Fei, perdeu mais uma partida. Desta vez foi para o Trentino, do russo Alexei Kazakov, também por 3 a 0.


E-mail: cidasan@uol.com.br


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