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PARAOLIMPÍADA
Nadadora teve de passar por cirurgia para endireitar pernas
Americana de 1,32 m leva 7 ouros e supera Clodoaldo
DO ENVIADO A ATENAS
A norte-americana Erin Popovich, 19, estava exultante ao subir
no topo do pódio do Centro
Aquático de Atenas, anteontem. E
tinha razão para tamanha alegria.
A nadadora, de 1,32 m, estava
prestes a receber sua sétima medalha de ouro nesta Paraolimpíada. A sétima em sete provas. Um
aproveitamento de 100%.
Erin terminou os Jogos como a
segunda maior medalhista na
Grécia. Deixou o desempenho do
brasileiro Clodoaldo Silva, dono
de seis ouros, para trás. Ao seu lado ficou a nadadora japonesa Mayumi Narita, que venceu sete provas, mas ainda levou um bronze.
"Eu vim de baixo. Minha perseverança me trouxe até aqui", diz a
atleta, que cursa o segundo ano da
faculdade de ciências do exercício
e da saúde da Universidade de
Colorado State, mas que tirou o
ano para se dedicar só à natação.
A nadadora sofre de acondroplasia congênita, que impede o
desenvolvimento normal dos ossos longos. Braços e pernas são
mais curtos, mas o tronco tem tamanho quase normal. Geralmente, a cabeça é grande e a testa é
proeminente. As mãos são pequenas, com dedos grossos.
Muitos dos adultos que têm
acondroplasia sofrem com dores
nas costas e nas pernas por causa
da pressão sobre a coluna. Essa
pressão pode até causar a paralisia das pernas, exigindo uma operação para minimizar os efeitos.
Erin não conseguiu escapar e teve que enfrentar uma mesa de cirurgia para endireitar suas pernas
-a curvatura acentuada delas
causava muitas dores na atleta.
Além de acabar com o sofrimento, a operação também a deixou mais alta. Foram apenas alguns centímetros, mas o suficiente para fazer com que ela mudasse
de categoria, subindo para uma
com maior grau de dificuldade.
"Sabia que essa mudança iria deixar as coisas mais difíceis."
Mas a dificuldade não parece ter
afetado o desempenho de Erin.
Nos Jogos de Sydney, em 2000,
com apenas 14 anos e em sua estréia em Paraolimpíadas, a americana conquistou três medalhas de
ouro e três de prata, além de cravar quatro recordes mundiais.
Neste ano, ganhou as cinco provas individuais que disputou
-100 m livre, 200 m medley, 100
m peito, 50 m borboleta e 50 m livre-, os dois revezamentos -4
x 100 m medley e 4 x 100 m livre-
e ainda quebrou três marcas
mundiais e cinco paraolímpicas.
Erin diz que encontrou na piscina um lugar para fugir da rotina,
dos problemas. "É quando estou
na água que me esqueço de tudo
que está acontecendo fora. Quando nado, as coisas ficam mais claras na minha cabeça", afirma.
Além de nadar, a americana
também pratica outros esportes,
como vôlei, basquete e futebol.
No hipismo, por exemplo, já ganhou duas vezes o Estadual em
Montana.
(FERNANDO ITOKAZU)
Com agências internacionais
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