São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Clubes tentam aproximação com seus fãs na busca pelo título, pela Libertadores e para escapar do rebaixamento

Na reta final, torcida decide no Brasileiro

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Torcida pode não ganhar jogo, mas virou a tábua de salvação de muitos clubes neste Brasileiro, especialmente agora, na reta final.
"Estou triste em não ver a Vila Belmiro cheia. A torcida do Atlético-PR tem esgotado os ingressos para os jogos na Arena da Baixada com dois dias de antecedência. Precisamos da torcida", reclamou o técnico Vanderlei Luxemburgo após a última vitória do Santos (4 a 1 no Vitória) em casa.
O time paulista, apesar de liderar o Brasileiro há várias rodadas, possuir forte elenco e ter a estrela Robinho, é só o sexto em média de público, como mandante, no Nacional (10.231 pessoas por jogo) -por um rojão atirado em campo, ainda não pôde mandar uma partida em seu estádio.
O Atlético-PR só perde em média de público para Corinthians e Palmeiras -a média do time na Arena da Baixada agora está em 11.728 torcedores por partida.
Nesta rodada, os dois times que estão na ponta da tabela jogam fora e terão que dobrar o desespero de outros torcedores. No Sul, o Santos pega o Internacional, que trata de abaixar o preço dos ingressos para atrair público -o time está hoje com 40 pontos e começa a ser acossado pelo pelotão que luta contra o rebaixamento.
"Cumpríamos o regulamento, que impede preço inferior a R$ 7. Mas outros times reduziram sem sofrer punição e fizemos o mesmo", disse Fernando Carvalho, presidente do Inter -que disponibilizou entradas a R$ 3.
No Nordeste, o Atlético-PR encara o Vitória, agora na zona do descenso. O clube baiano, para sair da rabeira, tenta agora seguir o exemplo do rival Bahia, líder de público do país na temporada (mais de 26 mil pessoas por jogo em Salvador pela Série B).
A arrancada corintiana no Nacional teve muita ajuda de sua torcida, que apoiou a equipe mesmo quando a fase não era boa -o time esteve entre os quatro piores.
O Paysandu é outro exemplo de time que teve a torcida a seu lado para alcançar seu objetivo. Primeiro, era candidato forte ao rebaixamento. Mas, sendo um dos seis times que levam mais de 10 mil pessoas ao estádio em média, conseguiu se safar -venceu os três grandes da capital paulista, por exemplo. Hoje está em 14º lugar, até confortável na tabela.
O Atlético-MG tentou ao longo do torneio se recuperar trocando de técnico. Conseguiu melhorar um pouco no começo da gestão de Jair Picerni, mas agora, a só dois pontos da zona do rebaixamento, apelou para a proximidade com o público. Levou já dois jogos, contra Guarani e São Paulo, para o Independência, onde a torcida fica mais em cima do adversário -o alçapão é a última cartada para a equipe mineira não cair.
O duelo entre Corinthians e Flamengo, que reúne as duas maiores torcidas no país, acontecerá hoje à noite no Maracanã. O time carioca mandou a maioria de seus jogos em Volta Redonda, apesar de alguns protestos de seus seguidores na capital do Estado.
Atletas do clube carioca, como Felipe, reclamaram que a torcida em Volta Redonda era fria e que seria melhor, tecnicamente, jogar no Maracanã, a casa do time -os jogos foram levados ao Raulino de Oliveira por razão financeira, mas o clube segue ameaçado.


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