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FUTEBOL
Clubes tentam aproximação com seus fãs na busca pelo título, pela Libertadores e para escapar do rebaixamento
Na reta final, torcida decide no Brasileiro
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Torcida pode não ganhar jogo,
mas virou a tábua de salvação de
muitos clubes neste Brasileiro, especialmente agora, na reta final.
"Estou triste em não ver a Vila
Belmiro cheia. A torcida do Atlético-PR tem esgotado os ingressos
para os jogos na Arena da Baixada
com dois dias de antecedência.
Precisamos da torcida", reclamou
o técnico Vanderlei Luxemburgo
após a última vitória do Santos (4
a 1 no Vitória) em casa.
O time paulista, apesar de liderar o Brasileiro há várias rodadas,
possuir forte elenco e ter a estrela
Robinho, é só o sexto em média
de público, como mandante, no
Nacional (10.231 pessoas por jogo) -por um rojão atirado em
campo, ainda não pôde mandar
uma partida em seu estádio.
O Atlético-PR só perde em média de público para Corinthians e
Palmeiras -a média do time na
Arena da Baixada agora está em
11.728 torcedores por partida.
Nesta rodada, os dois times que
estão na ponta da tabela jogam fora e terão que dobrar o desespero
de outros torcedores. No Sul, o
Santos pega o Internacional, que
trata de abaixar o preço dos ingressos para atrair público -o time está hoje com 40 pontos e começa a ser acossado pelo pelotão
que luta contra o rebaixamento.
"Cumpríamos o regulamento,
que impede preço inferior a R$ 7.
Mas outros times reduziram sem
sofrer punição e fizemos o mesmo", disse Fernando Carvalho,
presidente do Inter -que disponibilizou entradas a R$ 3.
No Nordeste, o Atlético-PR encara o Vitória, agora na zona do
descenso. O clube baiano, para
sair da rabeira, tenta agora seguir
o exemplo do rival Bahia, líder de
público do país na temporada
(mais de 26 mil pessoas por jogo
em Salvador pela Série B).
A arrancada corintiana no Nacional teve muita ajuda de sua torcida, que apoiou a equipe mesmo
quando a fase não era boa -o time esteve entre os quatro piores.
O Paysandu é outro exemplo de
time que teve a torcida a seu lado
para alcançar seu objetivo. Primeiro, era candidato forte ao rebaixamento. Mas, sendo um dos
seis times que levam mais de 10
mil pessoas ao estádio em média,
conseguiu se safar -venceu os
três grandes da capital paulista,
por exemplo. Hoje está em 14º lugar, até confortável na tabela.
O Atlético-MG tentou ao longo
do torneio se recuperar trocando
de técnico. Conseguiu melhorar
um pouco no começo da gestão
de Jair Picerni, mas agora, a só
dois pontos da zona do rebaixamento, apelou para a proximidade com o público. Levou já dois
jogos, contra Guarani e São Paulo,
para o Independência, onde a torcida fica mais em cima do adversário -o alçapão é a última cartada para a equipe mineira não cair.
O duelo entre Corinthians e Flamengo, que reúne as duas maiores torcidas no país, acontecerá
hoje à noite no Maracanã. O time
carioca mandou a maioria de seus
jogos em Volta Redonda, apesar
de alguns protestos de seus seguidores na capital do Estado.
Atletas do clube carioca, como
Felipe, reclamaram que a torcida
em Volta Redonda era fria e que
seria melhor, tecnicamente, jogar
no Maracanã, a casa do time -os
jogos foram levados ao Raulino
de Oliveira por razão financeira,
mas o clube segue ameaçado.
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