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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O volante venceu o meia
A COMPARAÇÃO entre
Muricy Ramalho e
Adílson Batista, proposta por São Paulo x Cruzeiro, é feita há anos pelo diretor
do Figueirense, José Carlos
Lages: "Adílson é o melhor
técnico que passou pelo Figueirense. E o Muricy trabalhou aqui."
A frase é aprovada por parte
da torcida são-paulina, a facção que não apóia Muricy.
Uma das razões dos tricolores
ranzinzas é o time sem meias.
Nisso, Adílson também é o
contraponto do técnico são-paulino. Ter um camisa 10 é
marca registrada de seus times, desde o Figueirense -lá
era Cícero, hoje é Wagner.
Na quarta, Adílson estudava o jogo contra o São Paulo e
tinha seu meia como referência. Tentava desvendar quem
Muricy usaria para marcar
Wagner. Pensava em Zé Luís e
insistia na tese mesmo lembrado do desfalque do zagueiro Miranda e da volta do volante Jean, que poderiam levar Zé Luís à zaga ou à lateral
-como aconteceu. "Acho que
será o Zé Luís", dizia Adílson.
Jean foi escalado como
marcador de Wagner e ganhou o duelo de longe. Marcou tanto que acabou com a
importância do meia.
Adílson será ótimo, como
prevê José Carlos Lages, mas
Muricy tem uma característica que ainda falta ao cruzeirense: experiência. É o que
ajuda a entender que Jean já
está pronto para a missão
mais importante do jogo, apesar da pouca idade. Houve outros pontos fortes no São Paulo, como André Dias, o menos
badalado e mais regular dos
zagueiros de Muricy no Brasileirão, ao lado de Miranda.
A marcação de Jean, porém,
é emblemática. Mostra que,
no futebol de hoje, meia não é
sinônimo de criatividade. No
primeiro tempo, o São Paulo
ia ao ataque com Joílson, Hernanes e Hugo. Levou perigo
no cruzamento de Joílson e
nas bolas paradas de Jorge
Wagner. O gol que abriu a vitória nasceu de bola parada, o
oitavo passe para gol de Jorge
Wagner, líder de assistências.
O Cruzeiro, com Wagner
apagado, ia ao ataque com Ramires, como elemento-surpresa. Quando perdeu seu volante criativo, o time sumiu.
O São Paulo ainda não parece lutar pelo tri. Segue marcando muito e criando pouco.
Mas, como vence os jogos importantes -e o Cruzeiro perde-, está mais perto da Libertadores que o rival de ontem.
FALTA CRIAR
Na sexta, Roberto Fernandes não previa usar contra-ataques. "Nossa torcida exige o time no ataque o tempo
todo." O técnico do Náutico
mentiu primeiro e defendeu
depois. O Palmeiras teve
posse de bola, mas parou na
marcação. E deu contra-ataque, revelando que deve criatividade sob forte marcação.
AMBIÇÃO
Vandinho entrou no Fla
aos 29min do 2º tempo, e a
virada sobre o Sport veio a
partir do gol de Juan, aos
36min. Com ele, Marcelinho
Paraíba joga de armador. Por
que Caio Jr. não mexeu antes? "Marcelinho não agüenta ser armador o tempo todo". O técnico explorou bem
Marcelinho o quanto pôde.
VANTAGEM DO MEIA
Alex joga como segundo atacante, do Inter, apesar da
camisa 10. Mas não pára na frente. Volta até a intermediária e arrasta com ele um zagueiro, ontem o gremista
Réver. Aí abre-se o espaço para D'Alessandro e Nilmar.
D'Alessandro, meia de verdade, deslocava-se pela ponta e
abria espaço para o Inter jogar ou dava o passe para o gol
de Nilmar. Problemas táticos evidentes tiraram o Grêmio
da liderança folgada e ameaçam sua ida à Libertadores.
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