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otimismo
Rio-16 já trabalha com segundo turno
Em Copenhague, candidatura brasileira tenta seduzir eleitores da cidade que for eliminada no início do pleito de sexta
"Nenhum de nós vai se pendurar no pescoço deles", diz executivo da campanha sobre o lobby às vésperas da escolha da sede dos Jogos
Keld Navntoft/Efe
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Policiais dinamarqueses fazem checagem de segurança em volta do Bella Center, na capital dinamarquesa, que receberá a eleição da sede da Olimpíada de 2016
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A COPENHAGUE
A Rio-2016 já conta com a
classificação para o segundo
turno da eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Tanto que, nos últimos dias da
corrida olímpica na Dinamarca, trabalha pelos votos dos
eleitores da cidade que for eliminada na primeira rodada.
A escolha da cidade-sede dos
Jogos de 2016 será na sexta-feira. No primeiro turno, 97 membros do COI votarão entre Rio,
Madri, Tóquio e Chicago. Se
uma cidade não vencer com
maioria, a última colocada será
eliminada e haverá outra rodada, com a mesma regra. Ou seja,
a eleição pode ter três turnos.
Desde a semana passada em
Copenhague, a cúpula da candidatura brasileira prefere assediar, de forma discreta, os
membros do COI que são ligados às cidades adversárias.
""Sabemos que quase todos os
votos dos eleitores na cidade
preferida já estão fechados neste momento. Temos agora que
preparar o segundo voto. É nisso que trabalhamos", declarou
o secretário-geral da Rio-2016,
Carlos Roberto Osório.
A confiança do executivo
vem da avaliação do relatório
do COI ao projeto do Rio, que
foi classificado como o "melhor" pela entidade olímpica,
segundo o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman. Mas
não há nota que mostre de forma objetiva quem está à frente.
"Não recebemos nenhuma
luz vermelha, no máximo amarela", justificou o dirigente sobre os 17 itens avaliados.
Além disso, Nuzman viajou
pelo mundo para fazer lobby,
principalmente por países da
África e da Ásia. São esses fatores, em conjunto com o apoio
do governo, que dão ao comitê
brasileiro confiança na passagem ao segundo turno.
Assim, em Copenhague, o
trabalho de lobby brasileiro está sendo feito mais suavemente, apesar da proximidade com
os eleitores, que aos poucos começam a chegar à cidade.
Pelo menos três integrantes
da candidatura brasileira estão
hospedados no hotel que abriga
os membros do COI em Copenhague: Nuzman, que faz parte
do comitê, Osório e Pelé.
""A partir de agora, a nossa estratégia é se colocar à disposição de forma tranquila. Nenhum de nós vai se pendurar
no pescoço deles. Vamos assim
até o final", explicou Osório.
Além dos 97 membros do
COI que votam no primeiro
turno, os integrantes dos países
candidatos (sete, no total) também têm direito a participar do
pleito. Mas só após a eliminação das suas cidades. É nesse
contexto que entra outra estratégia: o acordo entre os governos brasileiro e espanhol para
apoio em caso de derrota de Rio
ou Madri no primeiro turno.
Ontem, no hotel do COI, havia até um clima de confraternização entre executivos das
duas candidaturas, que conversavam animadamente.
Sinal dos tempos. A relação já
foi conflituosa. Em maio, a Rio-2016 descobriu um ""espião'" espanhol acompanhando a visita
de inspeção do COI. Era um
jornalista inglês, que trabalhou
para a candidatura espanhola.
Além da preparação para um
eventual segundo turno, o Rio
ainda aposta em uma apresentação final emocionante para
conquistar os poucos votos remanescentes. O contato de
eleitores com o Pelé também é
considerado um trunfo.
"Ainda tem gente que decide
na última hora", afirmou Nuzman. Ele ressaltou que tem de
haver atenção com a apresentação porque uma pergunta complicada pode atrapalhar a situação de uma candidatura. Fora
um tropeço inesperado, a Rio-2016 já se vê mais à frente.
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