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Mudança de Alonso aquece F-1
Piloto deve trocar Renault por Ferrari na quinta-feira e abrir espaço para negócios entre as equipes
Outros acordos deverão ser fechados até o GP do Japão, no próximo domingo, e até Barrichello negocia seu futuro para o ano que vem
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA
Mais que a concretização de
um antigo sonho da Ferrari, o
iminente anúncio da transferência de Fernando Alonso para a equipe italiana, que deve
acontecer nesta quinta-feira,
será fundamental para destravar o mercado de pilotos da F-1.
As negociações para a temporada do ano que vem se intensificaram no último final de semana, durante o GP de Cingapura, depois que vários dos envolvidos na transferência de
Alonso indicaram ser simplesmente uma questão de tempo.
Até então, a categoria ainda
aguardava a definição do bicampeão para que as outras peças pudessem se encaixar. Nos
próximos dias, antes mesmo
que a F-1 desembarque em Suzuka para a próxima etapa do
Mundial, o GP do Japão, outros
acordos devem ser finalizados.
Com Felipe Massa assegurado na Ferrari em 2010 pelo próprio presidente da equipe, Luca
di Montezemolo, Kimi Raikkonen deixará o time após três
anos. Campeão em sua temporada de estreia, o finlandês não
conseguiu manter o mesmo desempenho nas últimas duas,
quando foi seguidamente derrotado pelo piloto brasileiro.
O destino mais provável de
Raikkonen é a McLaren, equipe
pela qual corria antes de ir para
a Ferrari, para ser o companheiro de Lewis Hamilton.
Mas ainda existem alguns
empecilhos para a transferência ser concretizada. O primeiro é o fato de seu contrato com
o time italiano ainda não ter sido rompido -a multa rescisória deve ser paga pelo novo patrocinador, o banco Santander.
Outro obstáculo é a oposição
de Hamilton e seu pai, Anthony. A dupla prefere um
companheiro de equipe menos
competitivo para não haver
disputa interna e, por isso, faz
campanha pela permanência
de Heikki Kovalainen. Em Cingapura, onde venceu pela segunda vez na temporada, Hamilton disse estar satisfeito
com as coisas em seu time.
"Não sei em que posição o
Heikki chegou, mas certamente ele fez um bom trabalho", falou o inglês -Kovalainen foi o
sétimo e soma 22 pontos.
Mas ainda há outro fator que
pode atrapalhar a ida de Raikkonen para a McLaren. O alemão Nico Rosberg, da Wil-liams, já tem um pré-contrato
com a também alemã Mercedes para a próxima temporada.
Como a montadora é parceira da equipe inglesa, gostaria de
que Rosberg corresse pela
McLaren na temporada que
vem, ao lado de Hamilton, seu
amigo dos tempos de kart.
Mas há um porém. A Mercedes ainda negocia a compra da
Brawn GP, para quem fornece
motores neste ano. A eventual
aquisição desagrada à McLaren, que afirma que seu acordo
com a montadora veta qualquer compromisso parecido.
Caso finalize a negociação
com o time de Ross Brawn, o
mais provável é que Rosberg se
transfira para o time, possivelmente para o lugar de Rubens
Barrichello. Jenson Button, líder do Mundial, apesar de não
ter assinado sua renovação, está praticamente assegurado.
Já Barrichello afirma estar
conversando com vários times.
Mas seu destino deve ser a Williams, com quem as conversas
estão mais adiantadas.
No paddock, comenta-se que
ele ainda não bateu o martelo
porque teme que sua atual
equipe possa prejudicá-lo na
disputa pelo título se souber
que ele está de partida.
"Minha prioridade é permanecer na Brawn, mas precisamos ver o que vai acontecer",
disse o piloto brasileiro, vice-líder do Mundial, com 15 pontos
a menos que Button -ainda há
30 em disputa nas três provas
que restam na temporada.
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