São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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VÔLEI

Os gatos e os protestos


Surpresas nas categorias de base, Irã e Índia são suspeitos de usarem atletas com idade adulterada em Mundial


CIDA SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

IRÃ E ÍNDIA não têm tradição no vôlei adulto masculino, mas estão surpreendendo na base. O Irã disputou as duas últimas finais do Mundial infanto-juvenil: foi campeão em 2007 e vice em 2009. A Índia foi vice em 2003. Alguns países questionam esses resultados.
O técnico do Brasil, Percy Oncken, diz que não há como provar, mas a suspeita é a de que essas seleções inscrevem atletas mais velhos e com datas de nascimento adulteradas no Mundial. "Não só pelo aspecto visual mas também pelos movimentos em quadra dá para perceber que eles são mais velhos", afirma.
A suspeita não está só no blá-blá-blá. Oncken conta que no congresso técnico do último Mundial, no início deste mês, na Itália, quatro países (Brasil, Estados Unidos, Polônia e Porto Rico) entraram com protesto formal pedindo que a federação internacional investigue essa situação.
O Brasil, que acabou em nono e registrou a sua pior colocação em um Mundial infanto-juvenil, foi uma das vítimas da Índia. Na segunda rodada do torneio, que reúne atletas com até 18 anos, perdeu por 3 sets a 2. Mas, desta vez, a Índia também não foi longe: ficou em sétimo lugar.
A boa-nova foi a Sérvia. Na sua primeira participação em Mundial dessa categoria, foi a campeã. O oposto do time, Aleksandar Atanasijevic, 18 anos e 2 m, foi o craque. "Ele é um senhor jogador", afirma Oncken.
A Argentina também mostrou que a vitória sobre o Brasil no Sul-Americano-2008 não foi por acaso. Pela primeira vez, conquistou uma medalha no Mundial infanto-juvenil.
O que chamou mais a atenção do técnico brasileiro foi o treinamento permanente adotado por seleções de base como França, Bélgica e Polônia. Elas disputam o torneio nacional como um clube. Espanha e Itália devem seguir esse sistema.
"Eles ficam mais tempo juntos do que a gente", fala Oncken.
No Brasil, as seleções de base só se reúnem de três a quatro meses, em anos pares, para a disputa do Sul-Americano. Ou de quatro a cinco meses, em anos ímpares, para o Mundial. "Estamos tentando achar um novo caminho", diz Oncken.

ZEBRAS
Vai demorar para Cuba e EUA se conformarem com a derrota nas semifinais do Campeonato das Américas do Norte e Central. Cuba foi eliminada por Porto Rico, e os EUA, pela República Dominicana, do brasileiro Marcos Kwiek. Na decisão, as dominicanas venceram.

ESTREANTES
A Copa dos Campeões, que reunirá em novembro os vencedores dos torneios continentais, terá pelo menos dois participantes inesperados: República Dominicana e Tailândia, a zebra asiática. A seleção brasileira feminina começa a disputar amanhã o Sul-Americano em busca de sua vaga.

cidasan@uol.com.br

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