São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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Amparado nas performances de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant, Los Angeles Lakers almeja o tetra

NBA abre caça a dupla dinâmica

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para se tornar o segundo time na história a ganhar quatro títulos seguidos, o Los Angeles Lakers estréia hoje na temporada 2002/03 na NBA com a mesma aposta que lhe rendeu o tri: confiar o desempenho ao pivô Shaquille O'Neal e ao armador Kobe Bryant.
Até a consagração da atual geração dos Lakers, com os títulos nas três últimas temporadas, jamais qualquer equipe campeã nos 55 anos de liga norte-americana de basquete dependera tanto de dois atletas para alcançar a vitória.
Em 1999/2000, O'Neal e Bryant foram responsáveis, juntos, por 51,8% da produção ofensiva da equipe na temporada regular.
Na campanha do segundo título, a dupla quebrou novamente o recorde. O pivô marcou 28,7, e o armador, 28,5 pontos por jogo: o equivalente a 56,9% dos Lakers.
Na temporada passada, embora a dependência tenha diminuído, ela ainda foi a terceira maior para uma equipe campeã, 51,7%.
Tais índices não foram alcançados por nenhuma das grandes duplas campeãs da história.
No Chicago Bulls de Michael Jordan e Scottie Pippen, seis vezes campeão na década de 90, a dependência esteve sempre na casa dos 40%. Na campanha do sexto título, em 1997/98, o índice alcançou a marca mais elevada, 49,4%.
No octacampeonato do Boston Celtics, entre 1959 e 1966, Bill Russell, Bob Cousy e John Havlicek, entre outros, jamais conseguiram marcar, em dupla, mais do que 39,2% dos pontos do time.
Um índice que se verifica dominante, pois em 32 dos 56 campeões a produtividade da dupla de cestinhas não alcançou 40%.
Somente duas vezes, aliás, uma equipe já conquistara o título com dependência superior a 50%.
No distante bicampeonato entre 1948 e 1950, o Minneapolis Lakers baseou seu desempenho no pivô George Mikan e no ala Jim Pollard. No primeiro título, foram responsáveis por 51,3% da produção; no segundo, por 50,1%.
A importância da atual dupla dos Lakers também pode ser verificada de outra forma. Na última temporada, com ambos em quadra, o time obteve 49 vitórias em 65 jogos (aproveitamento de 75,4%). Quando um dos dois não atuou, foram 9 em 17 (52,9%).
O campeão terá como principais oponentes times que se reforçaram e apostaram nos elencos.
O New Jersey Nets, vice-campeão em 2002, cedeu o titular Keith van Horn para obter o pivô Dikembe Mutombo, um dos melhores da liga no garrafão, antes um de seus pontos fracos.
O Sacramento Kings, dono da melhor campanha em 2001/02 e derrotado pelos Lakers apenas no sétimo jogo da decisão do Oeste, não só manteve os titulares como ainda reforçou aquele que é considerado o melhor banco da liga, ao contratar o ala-pivô Keon Clark (ex-Toronto Raptors).
O San Antonio Spurs perdeu os armadores Antonio Daniels e Terry Porter, mas trouxe para a posição o argentino Emanuel Ginóbili, um dos melhores atletas do Mundial de Indianápolis, em setembro, e que atuava na Itália.
Já o outro time do Texas cotado ao título, o Dallas Mavericks, teve perdas: os reservas Greg Buckner (para o Philadelphia 76ers) e Wang Zhizhi (sem equipe).


NA TV - Orlando Magic x Philadelphia 76ers, às 21h30, e LA Lakers x San Antonio Spurs, à 0h30, na ESPN International



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