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AUTOMOBILISMO
Principais mudanças no regulamento estão na distribuição de pontos e no treino para formação do grid
Em busca do show, F-1 copia estilo da Indy
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na prática, pode até funcionar.
Mas, na teoria, é contraditório.
Em busca do show, da retomada do crescimento e de olho nos
índices de audiência, a F-1 adotou
ontem uma série de regras que seguem o estilo da Indy, categoria
que vive a pior crise de sua história e que luta para não sucumbir.
A reunião da Comissão de F-1
da FIA (entidade máxima do automobilismo), na Inglaterra, produziu resultados surpreendentes.
No total, foram aprovadas quatro mudanças no regulamento
para a próxima temporada (veja
quadro). Dessas, apenas uma, a
que trata do fornecimento de
pneus, estava entre as nove sugestões feitas por Bernie Ecclestone
(comandante da área comercial
da F-1) e Max Mosley (presidente
da FIA) no começo do mês.
Mudanças que eram dadas como certas por Tamas Rohonyi,
promotor do GP Brasil e integrante da comissão, não passaram. Foi
o caso, por exemplo, da limitação
para o uso de motores.
As duas propostas mais radicais
-lastro nos carros mais velozes e
revezamento de pilotos- mereceram só um comentário de Mosley, na entrevista após a reunião.
"Nós sentimos que essas duas
idéias colocariam muita gente sob
pressão. Não quisemos impor nenhuma dificuldade extra para os
pilotos", disse o dirigente inglês.
"Achamos que a mudança nos
treinos já será suficiente para trazer novo ânimo ao campeonato."
Mosley se refere ao novo sistema para formação do grid, semelhante ao que a Indy utiliza em
seus circuitos ovais: os pilotos entrarão na pista um de cada vez e
terão direito a uma volta lançada.
A ordem de entrada será definida na sexta-feira, também em
uma volta lançada -nesse dia, os
pilotos irão para a pista seguindo
a classificação do campeonato. Os
mais rápidos na sexta entrarão na
pista por último no sábado.
A outra mudança "à la Indy" está na pontuação do campeonato.
A partir de 2003, os oito primeiros
colocados em cada corrida receberão pontos -para dar mais
equilíbrio à disputa, a categoria
norte-americana distribui pontos
para os 20 primeiros colocados.
Essa decisão é um marco para o
esporte. Em 52 anos de história, a
zona de pontuação da F-1 nunca
englobou mais do que seis pilotos.
Os resultados dessa medida são
discutíveis. Se já estivesse vigorando neste ano, a nova pontuação não seria suficiente para adiar
o título de Schumacher: o alemão
seria pentacampeão com a mesma antecedência de cinco GPs. Ao
final do ano, a Ferrari teria 249
pontos, contra 132 da Williams.
A comissão ainda deixou em
aberto a possibilidade de limitar o
número de testes por carro. Seriam permitidos apenas dez dias
de treinos durante a temporada.
Essa regra, porém, só entrará
em vigor se pelo menos três times
concordarem com ela. Nesse caso, essas equipes serão recompensadas: "ganharão" um treino extra de duas horas nas sextas-feiras
de GP. E poderão utilizar seus pilotos de testes nessas sessões.
Uma quinta mudança no regulamento não ficou bem explicada.
A FIA anunciou que proibirá as
ordens de equipes, uma clara resposta à marmelada da Ferrari no
GP da Áustria deste ano. A entidade, no entanto, não deu nenhuma
pista de como fará a fiscalização.
As alterações no regulamento
foram elogiadas pelos chefes de
equipe. "No mínimo, o campeonato de 2003 será bem interessante", disse o ferrarista Jean Todt.
"Essas novas regras são encorajadoras. Vão melhorar o show e
ajudar os times a controlar custos", completou Eddie Jordan,
dono do time que leva seu nome.
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