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FUTEBOL
Clube se compromete também a pagar viagem dos pais de Serginho a MG
São Caetano banca enterro e promete honrar contrato
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A CORONEL FABRICIANO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CORONEL FABRICIANO
O São Caetano pagará todas as
despesas para o sepultamento do
zagueiro Serginho, em Coronel
Fabriciano (MG). O clube do ABC
também se responsabilizou pelo
deslocamento dos pais do jogador
de Serra (ES) ao local.
Segundo Milton, o único dos irmãos de Serginho que viajou de
avião para acompanhar os pais do
jogador, a oferta do São Caetano
chegou a ser recusada pela família, que não queria que o enterro
ocorresse em Minas Gerais, pela
dificuldade de deslocamento, mas
que foi aceita depois que conseguiu convencer o pai, Virgílio Ribeiro Silva, 69, e a mãe, Ana Oliveira da Silva, 68, a viajar.
Os outros nove irmãos do jogador e mais 24 parentes foram de
ônibus. Chegariam ao velório por
volta da meia-noite de ontem.
Além de bancar as despesas
com o enterro de Serginho, o clube do ABC se comprometeu a pagar os salários do jogador até o final do contrato vigente -o compromisso tem validade até 31 de
dezembro do ano que vem.
De origem simples, a maior dificuldade da família era conseguir
recursos financeiros para viajar e
acompanhar o enterro.
O corpo do zagueiro foi velado
ontem no ginásio do clube Casa
de Campo, em Coronel Fabriciano (a 215 km de Belo Horizonte).
Até as 17h30, segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de
2.000 pessoas haviam passado pelo local. O enterro de Serginho será às 9h de hoje, no cemitério Vale
da Saudade.
O corpo chegou ao aeroporto de
Ipatinga, a 12 km de Coronel Fabriciano, às 14h de ontem. Foi levado em carro do Corpo de Bombeiros até o ginásio, onde chegou
às 15h49. Durante o percurso, o
carro, que trazia a bandeira do
São Caetano, foi seguido por
aproximadamente cem motos.
O velório só foi aberto ao público às 17h10. No ginásio, familiares
do atleta, dirigentes e jogadores
do São Caetano, além de ex-colegas de profissão, lamentavam a
morte prematura de Serginho.
O caixão do zagueiro foi coberto
com uma bandeira do São Caetano, além de camisas do Social, de
Coronel Fabriciano, e do Democrata, de Governador Valadares,
clubes mineiros pelos quais passou no início da carreira.
A mulher de Serginho, Elaine
Cunha, 28, disse ter pedido aos dirigentes do São Caetano que o
corpo do jogador fosse levado "o
mais rápido possível" para Coronel Fabriciano. "Aqui é o lugar dele, por isso o trouxe para cá."
Na cidade, onde conheceu sua
mulher, ele mantinha diversos
bens, como lotes e casas.
Segundo Helaine, ele havia dito
na semana passada que queria jogar até os 40 anos. Ela também declarou que exames médicos feitos
no início do ano detectaram uma
"arritmia cardíaca leve" em Serginho, o que não o prejudicaria. E
negou que o zagueiro tenha assinado termo de responsabilidade
para continuar jogando.
O empresário Lúzio Cunha, cunhado de Serginho, disse que havia interesse de times russos e
franceses em contratá-lo. O presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, disse ter recebido
propostas de vários clubes.
Colaborou Paulo Peixoto,
da Agência Folha, em Serra
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