São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Clube se compromete também a pagar viagem dos pais de Serginho a MG

São Caetano banca enterro e promete honrar contrato

GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A CORONEL FABRICIANO

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CORONEL FABRICIANO

O São Caetano pagará todas as despesas para o sepultamento do zagueiro Serginho, em Coronel Fabriciano (MG). O clube do ABC também se responsabilizou pelo deslocamento dos pais do jogador de Serra (ES) ao local.
Segundo Milton, o único dos irmãos de Serginho que viajou de avião para acompanhar os pais do jogador, a oferta do São Caetano chegou a ser recusada pela família, que não queria que o enterro ocorresse em Minas Gerais, pela dificuldade de deslocamento, mas que foi aceita depois que conseguiu convencer o pai, Virgílio Ribeiro Silva, 69, e a mãe, Ana Oliveira da Silva, 68, a viajar.
Os outros nove irmãos do jogador e mais 24 parentes foram de ônibus. Chegariam ao velório por volta da meia-noite de ontem.
Além de bancar as despesas com o enterro de Serginho, o clube do ABC se comprometeu a pagar os salários do jogador até o final do contrato vigente -o compromisso tem validade até 31 de dezembro do ano que vem.
De origem simples, a maior dificuldade da família era conseguir recursos financeiros para viajar e acompanhar o enterro.
O corpo do zagueiro foi velado ontem no ginásio do clube Casa de Campo, em Coronel Fabriciano (a 215 km de Belo Horizonte).
Até as 17h30, segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 2.000 pessoas haviam passado pelo local. O enterro de Serginho será às 9h de hoje, no cemitério Vale da Saudade.
O corpo chegou ao aeroporto de Ipatinga, a 12 km de Coronel Fabriciano, às 14h de ontem. Foi levado em carro do Corpo de Bombeiros até o ginásio, onde chegou às 15h49. Durante o percurso, o carro, que trazia a bandeira do São Caetano, foi seguido por aproximadamente cem motos.
O velório só foi aberto ao público às 17h10. No ginásio, familiares do atleta, dirigentes e jogadores do São Caetano, além de ex-colegas de profissão, lamentavam a morte prematura de Serginho.
O caixão do zagueiro foi coberto com uma bandeira do São Caetano, além de camisas do Social, de Coronel Fabriciano, e do Democrata, de Governador Valadares, clubes mineiros pelos quais passou no início da carreira.
A mulher de Serginho, Elaine Cunha, 28, disse ter pedido aos dirigentes do São Caetano que o corpo do jogador fosse levado "o mais rápido possível" para Coronel Fabriciano. "Aqui é o lugar dele, por isso o trouxe para cá."
Na cidade, onde conheceu sua mulher, ele mantinha diversos bens, como lotes e casas.
Segundo Helaine, ele havia dito na semana passada que queria jogar até os 40 anos. Ela também declarou que exames médicos feitos no início do ano detectaram uma "arritmia cardíaca leve" em Serginho, o que não o prejudicaria. E negou que o zagueiro tenha assinado termo de responsabilidade para continuar jogando.
O empresário Lúzio Cunha, cunhado de Serginho, disse que havia interesse de times russos e franceses em contratá-lo. O presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, disse ter recebido propostas de vários clubes.


Colaborou Paulo Peixoto, da Agência Folha, em Serra

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