São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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GINÁSTICA

País lidera em prêmios e pódios neste ano no 3º maior evento da FIG

Brasil torna Copa sinônimo de euros

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Brasil, participar da Copa do Mundo de ginástica artística virou sinônimo de pódios e dinheiro. Isso porque nenhum país viu suas ginastas amealharem tantas medalhas e premiações neste ano quanto as brasileiras.
Ao todo, foram conquistadas 12 medalhas e obtidos 16.880 (cerca de R$ 61,3 mil) em bônus em quatro etapas neste ano, que permitiram ao Brasil figurar pela primeira vez na história na vice-liderança na classificação do torneio e despontar na lista de premiações da temporada, à frente de potências como EUA e Romênia.
A partir de hoje, quando Glasgow abriga mais um estágio do evento, a hegemonia nacional começa a ser testada, quando Daniele Hypólito, que terá o irmão Diego competindo no masculino, defende sozinha o bom retrospecto do país, que figurou no pódio em todas as cinco etapas de que participou desde agosto de 2003.
O status inédito é explicado por três fatores: 1) o fato de o Brasil ter abrigado pela primeira vez após 25 anos uma etapa da Copa, no Rio; 2) o de ter marcado presença em todas as etapas desde o Mundial-03; e 3) a melhora no nível técnico das ginastas -neste ano, quatro atletas alcançaram medalha, enquanto em 2003 só duas.
"Isso é fruto do planejamento feito em 2001, quando começamos a efetivar a seleção permanente e a filosofia de treino, aliada a uma melhora na estrutura", diz Eliane Martins, supervisora da confederação brasileira.
Segundo ela, a presença de brasileiros no terceiro maior torneio da FIG -a Copa só perde em importância para o Mundial e a Olimpíada- foi possível graças à verba da Lei Piva (a ginástica recebeu R$ 1.585.677,48 neste ano).
Contudo, apesar de o Brasil ter saltado de sétimo lugar no final de 2003 (três medalhas) para a vice-liderança agora (quando já soma 15 medalhas), Eliane afirma que ainda não é o ideal. "Para esta etapa em Glasgow e para a próxima em Gent, na semana que vem, usamos dinheiro dos patrocínios da Coca-Cola e da Brasil Telecom, até por isso foram só dois atletas."
Quem vê com bons olhos o fato de as brasileiras despontarem é a federação internacional. "É positivo! Quisera que isso não mudasse nos próximos 20 anos. O sucesso do Brasil contribui para o ideal da FIG de tornar a Copa um verdadeiro e amplo circuito mundial de ginástica", diz Philippe Silacci, diretor de comunicação da FIG.
Em Glasgow, 39 atletas de 14 países estarão disputando os 20 mil em prêmios, que são divididos entre os oito primeiros de cada aparelho. Além disso, os brasileiros buscam pontos para garantir vaga na final da Copa, que será em dezembro, na Inglaterra.


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