São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Texto Anterior | Índice

TIRA-TEIMA

Foi detectado problema no coração do Serginho?

Se sim, por que jogava?
Sim, exame feito no Incor constatou cardiomiopatia hipertrófica assimétrica (doença que ocasiona inchaço para dentro do coração e que pode provocar arritmia e, em alguns casos, morte). O médico do São Caetano, Paulo Forte, não atendeu a imprensa para explicar a atividade do jogador porque estaria sedado.

Desde quando o São Caetano sabia do problema de seu zagueiro?

Desde fevereiro, quando o clube submeteu a equipe a uma bateria de testes. Pelo menos dois colegas de time sabiam do quadro clínico de Serginho: o goleiro Silvio Luiz e o lateral-direito Anderson Lima. Anteontem, o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, havia dito que o atleta não tinha problemas de saúde. Ontem, porém, afirmou que o diagnóstico não apontava risco de morte. Desde o exame, Serginho atuou 47 vezes.

O jogador assinou um termo de responsabilidade para jogar?

Ainda não se sabe. Parentes do jogador não desconheciam o problema cardíaco de Serginho. Ninguém do São Caetano falou a respeito até este momento.

O socorro no estádio foi rápido e eficiente?

Serginho começou a receber atendimento médico 27 segundos após cair. Em 3 minutos e 9 segundos, foi submetido a choque elétrico -na Copa das Confederações de 2003, o camaronês Foé recebeu esse tratamento só após 7 minutos. "Três minutos é fantástico", disse Dino Altmann, do São Luiz, hospital que atende o Morumbi. Outros médicos, porém, reclamaram do fato de Serginho não ter recebido choque já no gramado.

Havia desfibrilador no estádio?

Sim, na ambulância e no ambulatório. Mas o São Paulo não tem a versão portátil.

Um desfibrilador portátil no campo teria salvo a vida de Serginho?

Difícil dizer. Mas, segundo alguns médicos, as chances de ressuscitação seriam maiores.

A ambulância estava trancada no momento do episódio? Isso interferiu no desfecho?

Sim, estava trancada, porque é o procedimento determinado pela Federação Paulista de Futebol, que, segundo o São Paulo, não permite médicos no gramado durante a partida. Não é possível dizer que isso interferiu no desfecho. A ambulância estava operacional quando o carrinho que levou o jogador chegou até ela.


Texto Anterior: Comissão fixará padrão de socorro em estádios
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.