São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2007

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Eliminatórias são mimo de quem ficar sem jogos

CBF quer reparar cidades preteridas para 2014 com o qualificatório para 2010

Dirigentes da entidade e políticos já se preocupam em assimilar a pressão política acerca da definição de sedes, prevista para 2008

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para enfrentar a previsível guerra entre capitais para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, que deverá ter o Brasil confirmado pela Fifa como sede amanhã, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, pretende usar partidas das eliminatórias sul-americanas para compensar cidades que não participarão das finais do torneio.
Ou seja, partidas do Brasil no qualificatório para 2010 contra adversários tradicionais, como Argentina e Uruguai, deverão acontecer em capitais que ficarão fora do Mundial.
Outra medida de caráter político, segundo a Folha apurou, é a intenção de Teixeira de criar uma comissão para decidir em quais cidades se realizará a competição.
O principal dirigente do futebol brasileiro e integrantes do governo federal que estarão em Zurique, na Suíça, para o anúncio da Fifa, já estão preocupados em elaborar estratégias para lidar com a pressão política para que capitais sediem os grupos do torneio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva de governadores irá à cidade européia para faturar politicamente com a escolha do Brasil como sede da Copa de 2014. O país é o único candidato a sediar o evento, o que o torna virtual sede da competição.
Seguindo seu estilo centralizador, o presidente da CBF será o comandante-em-chefe da organização da Copa, mas ele pretende usar uma comissão para escolha dos municípios, a fim de administrar melhor pressões políticas.
Os principais critérios para selecionar as cidades que abrigarão as partidas serão importância política, estádios modernos e infra-estrutura turística e urbana para um evento de repercussão mundial.
O formato dessa comissão ainda não está definido. Há sugestão para que seja composta por dirigentes esportivos da confiança do presidente da CBF, além de representantes do poder público (governo federal, Estados e capitais).
A reportagem apurou que o discurso de Lula e Teixeira amanhã deverá ser o de enfatizar a conquista de trazer uma Copa para o Brasil depois de 57 anos e minimizar disputas imediatas entre cidades para sediar partidas do evento.
A intenção do presidente da CBF é definir quais capitais sediarão os jogos do Mundial apenas no ano que vem.
Há capitais que obviamente serão escolhidas pela importância política e turística que têm: Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.
Amigos do presidente da CBF sustentam que Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba e Goiânia são fortes candidatas a hospedar partidas da Copa. Para que as cinco regiões brasileiras estejam representadas, faltaria escolher uma cidade do Norte -além das capitais de Amazonas e Pará, Rio Branco (AC) se ofereceu para hospedar confrontos do Mundial.
Dirigentes esportivos dizem, por exemplo, que Manaus teria melhor infra-estrutura do que Belém. No Nordeste, Recife e Natal deverão tentar entrar na disputa para sediar jogos (Maceió também se candidatou).
Brasília também aspiraria integrar o grupo. No Centro-Oeste, Campo Grande e Cuiabá, também candidatas, correm por fora.

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