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Eliminatórias são mimo de quem ficar sem jogos
CBF quer reparar cidades preteridas para 2014 com o qualificatório para 2010
Dirigentes da entidade e políticos já se preocupam em assimilar a pressão política acerca da definição de sedes, prevista para 2008
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para enfrentar a previsível
guerra entre capitais para sediar jogos da Copa do Mundo
de 2014, que deverá ter o Brasil
confirmado pela Fifa como sede amanhã, o presidente da
Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, pretende usar partidas das eliminatórias sul-americanas para compensar cidades que não participarão das finais do torneio.
Ou seja, partidas do Brasil no
qualificatório para 2010 contra
adversários tradicionais, como
Argentina e Uruguai, deverão
acontecer em capitais que ficarão fora do Mundial.
Outra medida de caráter político, segundo a Folha apurou,
é a intenção de Teixeira de
criar uma comissão para decidir em quais cidades se realizará a competição.
O principal dirigente do futebol brasileiro e integrantes do
governo federal que estarão em
Zurique, na Suíça, para o anúncio da Fifa, já estão preocupados em elaborar estratégias para lidar com a pressão política
para que capitais sediem os
grupos do torneio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva de
governadores irá à cidade européia para faturar politicamente
com a escolha do Brasil como
sede da Copa de 2014. O país é
o único candidato a sediar o
evento, o que o torna virtual sede da competição.
Seguindo seu estilo centralizador, o presidente da CBF será o comandante-em-chefe da
organização da Copa, mas ele
pretende usar uma comissão
para escolha dos municípios, a
fim de administrar melhor
pressões políticas.
Os principais critérios para
selecionar as cidades que abrigarão as partidas serão importância política, estádios modernos e infra-estrutura turística e
urbana para um evento de repercussão mundial.
O formato dessa comissão
ainda não está definido. Há sugestão para que seja composta
por dirigentes esportivos da
confiança do presidente da
CBF, além de representantes
do poder público (governo federal, Estados e capitais).
A reportagem apurou que o
discurso de Lula e Teixeira
amanhã deverá ser o de enfatizar a conquista de trazer uma
Copa para o Brasil depois de 57
anos e minimizar disputas imediatas entre cidades para sediar
partidas do evento.
A intenção do presidente da
CBF é definir quais capitais sediarão os jogos do Mundial
apenas no ano que vem.
Há capitais que obviamente
serão escolhidas pela importância política e turística que
têm: Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.
Amigos do presidente da
CBF sustentam que Fortaleza,
Porto Alegre, Curitiba e Goiânia são fortes candidatas a hospedar partidas da Copa. Para
que as cinco regiões brasileiras
estejam representadas, faltaria
escolher uma cidade do Norte
-além das capitais de Amazonas e Pará, Rio Branco (AC) se
ofereceu para hospedar confrontos do Mundial.
Dirigentes esportivos dizem,
por exemplo, que Manaus teria
melhor infra-estrutura do que
Belém. No Nordeste, Recife e
Natal deverão tentar entrar na
disputa para sediar jogos (Maceió também se candidatou).
Brasília também aspiraria
integrar o grupo. No Centro-Oeste, Campo Grande e Cuiabá, também candidatas, correm por fora.
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