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Entrevista
Ministro diz que programa atual já ajuda
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Orlando Silva Júnior (Esporte) diz
que a existência do Programa de Aceleração do
Crescimento facilita a realização da Copa. Ele admite a possibilidade de o governo federal gastar mais
no evento de futebol do
que foi desembolsado no
Pan, que custou R$ 3,7 bilhões aos cofres públicos
(municipal, estadual e federal), quase 800% mais
que o previsto no início.
FOLHA - Que garantias o governo dará para a realização
da Copa do Mundo, em termos
de investimento público?
ORLANDO SILVA JR. - Não há
definição, ainda, sobre esta matéria. A nossa expectativa é que atividades típicas do Estado devem ter
a participação do setor público, e atividades típicas
da iniciativa privada devem ser financiadas por
investidores privados. E
há uma área de intersecção que deve ser realizada
com parceria público-privada. Estádios de futebol,
arenas, locais de competição, isso tudo pode ser feito com investimento privado. Agora, áreas como
segurança pública, que é
uma atividade típica do
Estado, isso deve ter participação do poder público.
FOLHA - O PAC pode suprir as
necessidades da Copa?
SILVA JR. - A existência do
PAC facilita a realização
da Copa. Itens que são débeis em infra-estrutura no
Brasil já têm investimentos previstos no PAC.
FOLHA - Como evitar uma escalada de gastos como no Pan?
SILVA JR. - Minha aposta é
de que o planejamento para a Copa será consistente,
de modo que nós possamos minimizar surpresas.
FOLHA - Lula já falou que o
governo deve investir mais na
Copa do que no Pan.
SILVA JR. - Ele disse que o
governo pode investir
mais na Copa que no Pan.
FOLHA - E pode?
SILVA JR. - É possível. Não
sou adepto à especulação,
o fato é que é possível que
o governo federal faça investimentos nas cidades
que participarão do projeto da Copa, mas os investimentos, mais cedo ou mais
tarde, teriam de ser feitos.
FOLHA - Que mensagem o
presidente levará a Zurique?
SILVA JR. - De confiança no
país, na capacidade que o
Brasil tem de enfrentar
desafios. O Pan foi um
exemplo. Ele vai transmitir confiança para que a Fifa perceba que o compromisso do governo é absoluto, para que a Copa venha com sucesso.
FOLHA - Como é a relação do
ministério e do sr. com a CBF?
SILVA - A relação se dá no
plano institucional, é uma
relação respeitosa.
FOLHA - Há mal-estar?
SILVA JR. - Não. Zero.
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