São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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TOSTÃO

Cinco bons treinadores


Os técnicos das 5 equipes que disputam o título acertam mais que erram. Merecem mais elogios que críticas

ANTES DO BRASILEIRÃO , não achava que Cruzeiro e Grêmio, por terem elencos inferiores na época, fossem fortes candidatos ao título.
O Cruzeiro possui hoje time e elenco do nível dos outros quatros que disputam o título. Jovens, como Guilherme, Wagner e Ramires, evoluíram. Os contratados, a maioria por indicação de Adilson Batista, estão melhores que o esperado.
Apesar de algumas invencionices, quando foi merecidamente criticado, Adilson tem acertado muito mais do que errado. As vaias e os gritos de burro ficam por conta do hábito e da paixão de parte da torcida.
Vanderlei Luxemburgo afirmou, no programa "Arena Sportv", que Wagner, do Cruzeiro, deveria jogar mais de armador, como Alex em 2003, e menos pelos lados. Penso diferente. Wagner se destaca mais pela velocidade, pelos cruzamentos, pelas finalizações e pelas jogadas pela esquerda, quase como um ponta.
Quando o Grêmio perdeu a liderança para o Palmeiras, os apressados, principalmente os que idolatram Luxemburgo e acham que é ele quem decide as partidas, profetizaram uma profunda queda do Grêmio e a conquista do título pelo Palmeiras. O Grêmio é hoje o líder, e o Palmeiras, o quinto colocado. Não será surpresa se tudo voltar ao que era. Os cinco são candidatos ao título, pelo menos até o final da rodada.
Apesar da liderança e de fazer um bom trabalho, Celso Roth é chamado de burro. Se o Grêmio for campeão, será um burro com sorte.
A goleada do Flamengo sobre o Coritiba, em vez de ser motivo de euforia, deveria ser mais de preocupação. Desconfio muito da próxima atuação das equipes que dão surpreendentes goleadas.
Muricy Ramalho adora dizer que o São Paulo não tem craques e que o forte do time é o conjunto. O mesmo acontece com as outras equipes.
Não há craques, porém há alguns jogadores melhores em cada time. No São Paulo, são Rogério Ceni, André Dias, Miranda, Hernanes e Hugo. Sei que a maioria vai discordar de Hugo. Ele é discreto, mas é o mais eficiente dos três mais adiantados, não só por ser o artilheiro do time.
O Brasil precisa formar não só profundos conhecedores de esquemas táticos mas também treinadores mais éticos e humanos, como Renê Simões. Tão ou mais importante que o conhecimento tático é a capacidade de observar os pequenos detalhes, as subjetividades e as sutilezas que acontecem durante as partidas. Os técnicos não podem ser reféns das pranchetas.
Os cinco treinadores que disputam o título são importantes e merecem mais elogios que críticas.
O que não se pode é achar que a mudança de posição de um jogador um pouco mais para a direita ou um pouco mais para a esquerda foi a grande responsável pela vitória ou pela derrota. Isso é uma mistura de ilusão e ingenuidade.

A vez do tango
O perfil mais comum de um treinador é o de uma pessoa equilibrada e organizada. Maradona não tem nada disso. Só a Argentina, país do tango, que canta o amor impossível, poderia contratar técnico tão passional, mesmo sendo Maradona. Talvez seja isso, para sair da mesmice, de que precise o futebol. Torcerei para dar certo, mesmo sabendo da grande chance de não dar.



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