São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Diferentemente de 1976, clube carioca restringe ingressos para paulistas

Fluminense breca segunda invasão corintiana ao Rio

PAULO GALDIERI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Fluminense foi "muy amigo" do Corinthians em 1976."
Assim David Fischel, presidente do Fluminense, explicou a presença corintiana maciça no Maracanã nas semifinais do Brasileiro de 26 anos atrás. Nova invasão será evitada na partida de domingo.
Estima-se que cerca de 70 mil corintianos viram no Rio a semifinal do Nacional em 76 (a partida, 1 a 1, teve mais de 146 mil torcedores). Isso ocorreu porque o presidente do Flu na época, Francisco Horta, liberou grande número de ingressos aos paulistas, ávidos por um título (o Corinthians não era campeão desde 1954).
"O Francisco Horta enviou 40 mil ingressos [em uma primeira remessa] para São Paulo", disse Heitor D'Alincourt, que fez com André Barcinski o filme "Saudações Tricolores", que marcou o centenário do clube carioca.
Fischel foi ao Maracanã como torcedor em 1976 e garante que o envio de muitos ingressos para o rival não será repetido agora.
"Me lembro de ter ficado perplexo. Neste ano, vamos seguir o regulamento, que prevê cerca de 10% dos ingressos para o time visitante", declarou ele.
Serão colocados à venda 75,5 mil ingressos. Desses, 8.000 (10,6%) serão destinados aos corintianos. Ontem, no Rio, 10 mil bilhetes já foram comprados pelos torcedores cariocas.
Antonio Roque Citadini, vice de futebol do Corinthians, chamou de "pobre" a decisão de restringir os ingressos aos corintianos.
"Acho essa decisão, esportivamente, pobre. O Corinthians é um grande clube, que contribui para o futebol. A invasão de 1976 não foi importante só para o Corinthians. Foi para o futebol também. O Maracanã é neutro. Naquela época [1976], tiveram uma visão mais ampla", disse Citadini.
O dirigente disse que também esteve no Maracanã na histórica decisão. "Fui de ônibus com amigos. Era época de dificuldade, em que a torcida tinha muito empenho para conseguir um título."
Os jogadores do Corinthians já não contam com uma segunda invasão. "É difícil que aconteça uma invasão porque a carga de ingressos é controlada pela equipe da casa", disse Rogério.
"Eu espero uns 15 mil corintianos. Mas, se não der, que tenha mil. Ajuda muito", disse Doni.
Dentinho, um líder histórico da Gaviões da Fiel que foi ao jogo de 1976, também diz que não haverá nova invasão. "Antes o time era ruim, e a torcida se empolgou. Dificilmente aquilo irá se repetir."


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