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FUTEBOL
Diferentemente de 1976, clube carioca restringe ingressos para paulistas
Fluminense breca segunda invasão corintiana ao Rio
PAULO GALDIERI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
"O Fluminense foi "muy amigo"
do Corinthians em 1976."
Assim David Fischel, presidente
do Fluminense, explicou a presença corintiana maciça no Maracanã nas semifinais do Brasileiro
de 26 anos atrás. Nova invasão será evitada na partida de domingo.
Estima-se que cerca de 70 mil
corintianos viram no Rio a semifinal do Nacional em 76 (a partida,
1 a 1, teve mais de 146 mil torcedores). Isso ocorreu porque o presidente do Flu na época, Francisco Horta, liberou grande número de
ingressos aos paulistas, ávidos por
um título (o Corinthians não era
campeão desde 1954).
"O Francisco Horta enviou 40
mil ingressos [em uma primeira
remessa] para São Paulo", disse
Heitor D'Alincourt, que fez com
André Barcinski o filme "Saudações Tricolores", que marcou o
centenário do clube carioca.
Fischel foi ao Maracanã como
torcedor em 1976 e garante que o
envio de muitos ingressos para o
rival não será repetido agora.
"Me lembro de ter ficado perplexo. Neste ano, vamos seguir o
regulamento, que prevê cerca de
10% dos ingressos para o time visitante", declarou ele.
Serão colocados à venda 75,5
mil ingressos. Desses, 8.000
(10,6%) serão destinados aos corintianos. Ontem, no Rio, 10 mil
bilhetes já foram comprados pelos torcedores cariocas.
Antonio Roque Citadini, vice de
futebol do Corinthians, chamou
de "pobre" a decisão de restringir
os ingressos aos corintianos.
"Acho essa decisão, esportivamente, pobre. O Corinthians é
um grande clube, que contribui
para o futebol. A invasão de 1976
não foi importante só para o Corinthians. Foi para o futebol também. O Maracanã é neutro. Naquela época [1976], tiveram uma
visão mais ampla", disse Citadini.
O dirigente disse que também
esteve no Maracanã na histórica
decisão. "Fui de ônibus com amigos. Era época de dificuldade, em
que a torcida tinha muito empenho para conseguir um título."
Os jogadores do Corinthians já
não contam com uma segunda
invasão. "É difícil que aconteça
uma invasão porque a carga de
ingressos é controlada pela equipe da casa", disse Rogério.
"Eu espero uns 15 mil corintianos. Mas, se não der, que tenha
mil. Ajuda muito", disse Doni.
Dentinho, um líder histórico da
Gaviões da Fiel que foi ao jogo de
1976, também diz que não haverá
nova invasão. "Antes o time era
ruim, e a torcida se empolgou. Dificilmente aquilo irá se repetir."
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