São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Bola-sabão da NBA é reprovada por estudo

Pesquisa diz que material sintético é escorregadio e difícil de ser segurado

Trabalho de universidade dá munição a jogadores que fizeram comparações a um brinquedo infantil; liga, de novo, minimiza as críticas

DA REPORTAGEM LOCAL

Os atletas da NBA estavam certos. A nova bola, de material sintético, é mais difícil de ser segurada, quica menos que a antiga, de couro, e fica mais escorregadia quando molhada.
Pelo menos é isso o que concluiu estudo promovido pelo Departamento de Física da Universidade do Texas em Arlington a pedido de Mark Cuban, proprietário do Dallas, finalista da temporada passada.
James Horwitz conduziu a pesquisa que mostrou que a bola sintética quica de 5% a 8% menos que a de couro quando arremessada de uma altura de 1,22 m. Além disso, sua trajetória é até 30% mais irregular.
Molhada com o suor dos atletas durante o jogo, o material sintético se torna mais escorregadio, dificultando o domínio.
O estudo dá munição aos atletas, que reclamaram, ainda na pré-temporada, da dificuldade com o novo material, após anos com bolas de couro.
"Parece uma dessas bolas baratas que são vendidas em lojas de brinquedo", comparou Shaquille O'Neal, do Miami.
Sintoma disso ou não, suas médias desabaram. O pivô tem obtido 14 pontos, 7,5 rebotes e um toco por partida, bem abaixo de seu histórico (26,3 pontos, 11,7 rebotes e 2,5 tocos).
Dan Touhey, vice-presidente de marketing da Spalding, fornecedora da NBA, refuta as críticas. Ele diz que a bola pode quicar menos dependendo do piso em que foi feito o teste. E que o melhor desempenho da bola de couro se deve, provavelmente, à antigüidade do material -o artefato não é fabricado mais desde agosto de 2005.
"Essa bola [de couro] provavelmente está fora das especificações técnicas da NBA. Com certeza já foi muito usada e molhada", comenta Touhey, cuja companhia defende que o material sintético possui mais imunidade ao suor dos atletas.
Charles Barkley, ex-astro da NBA, defende que há diferença. "Odeio bolas novas. Quando jogava, sempre queria as velhas."
Questionado sobre qual uso faria da pesquisa encomendada, o polêmico Cuban foi quase tão sintético como a bola que é alvo das críticas: "Nada".
"Quis apenas auxiliar a liga com os dados que dispunha."


Com agências internacionais

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