DA REPORTAGEM LOCAL

Se dependesse somente de sua torcida para enterrar de vez a chance do descenso, o Corinthians teria vencido o Vasco de goleada. Cantando o tempo todo, mais de 35 mil torcedores fizeram sua parte. Antes de a bola rolar, o placar eletrônico do estádio ordenava: "Atenção torcedor, o time precisa do seu apoio. Cante o jogo todo."
Enquanto a multidão se amontoava nas numeradas -ocupando, inclusive, escadarias de acesso-, muita gente, do lado de fora do Pacaembu, tentava entrar. No portão principal do estádio, houve confronto com a PM. Quarenta e cinco pessoas foram detidas e levadas para o 23º DP. Oito delas já tinham passagem pela polícia.
Antes de a partida começar, o locutor iniciou o aquecimento. "O time vai subir [para o gramado]. O time precisa da gente", disse. "A diretoria pede tranqüilidade", emendou, antes de puxar o hino do clube.
Com a bola rolando, a apreensão dividiu-se entre o que acontecia aos olhos da torcida e o que Atlético-MG e Goiás protagonizavam no Mineirão. A cada pausa no Pacaembu, os corintianos olhavam para trás, buscando nas cabines de imprensa as informações do segundo jogo mais importante da noite.
Foi assim que eles souberam quando o Atlético-MG abriu o placar, já que o placar eletrônico do estádio não informou o resultado do Mineirão. Tanto que o goleiro Felipe olhou várias vezes para trás, buscando a confirmação do gol mineiro.
Nem o tento de Alan Kardec, aos 19min da etapa final, foi capaz de calar o Pacaembu. Mais uma vez o hino corintiano veio para empurrar a equipe, que, em campo, parecia não se motivar.
No final, a PM reforçou o cordão de segurança no portão de acesso ao campo.
E o placar eletrônico, na última mensagem, dizia: "Fiel torcida, agora vamos invadir Porto Alegre. Não podemos desistir. Vai Corinthians".0 (EAR, PGA E RC)


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