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Demolição vai acabar com escola
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Não são só os torcedores
do Bahia que ficarão sem ter
onde torcer. Alguns alunos
da rede estadual de ensino
também vão perder o local de
estudo, uma escola que funciona embaixo das arquibancadas da Fonte Nova.
A escola tem 438 alunos
matriculados nos ensinos
fundamental e médio. Ela
também será demolida.
Ontem, três dias depois da
tragédia que deixou sete torcedores mortos e 87 feridos,
a Secretaria da Educação
anunciou que todos os estudantes do Colégio Estadual
da Fonte Nova serão remanejados para o Iceia (Instituto Central de Educação
Isaías Alves), que funciona
no centro de Salvador.
De acordo com a secretaria, os pais que não concordarem com a mudança podem optar por matricular os
filhos em outras unidades de
ensino, desde que haja vagas.
Desde segunda os alunos
não freqüentam as aulas.
Muitos, por curiosidade, vão
à escola apenas para observar a movimentação dos técnicos responsáveis pela vistoria e ver o buraco no concreto por onde os torcedores
caíram para fora do estádio.
Reformada em 1998, a escola apresenta sinais de deterioração em sua infra-estrutura. Os alunos admitem
que tinham medo, mas não
queriam deixar o local. "Há
pouco tempo, caiu um pedaço de concreto com a gente
jogando bola . Por sorte, não
pegou ninguém", disse Allan
Santos, 11, da quinta série.
Os corredores do estabelecimento apresentam um cenário de descuido: as ferragens do teto estão expostas, o
forro de gesso apresenta
muitos buracos. Há ferrugem nas tubulações e infiltrações nas paredes.
Por estar entre os anéis superior e inferior da Fonte
Nova, logo abaixo de onde
costumava ficar a torcida organizada Bamor, o colégio
não oferecia aulas noturnas
quando havia jogos do time
tricolor. "As arquibancadas
tremiam muito. O barulho
era ensurdecedor", disse Marina Silva, 14, da oitava série.
De acordo com a secretaria, os alunos do Colégio Estadual da Fonte Nova voltarão a ter aulas a partir da próxima segunda-feira.
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