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União abre nova via de verba para COB
Por meio da Petrobras, com lei de incentivo, governo deve investir mais R$ 27 milhões em preparação para Pequim-08
Comitê e filiados incluem
o máximo de despesas nos projetos e terão maior parte das despesas para os Jogos paga pelos novos recursos
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Criada com o objetivo de
atrair empresas privadas para o
esporte, a lei de incentivo fiscal
virou instrumento para o governo federal investir ainda
mais dinheiro no setor, desta
vez na preparação dos atletas
brasileiros à Olimpíada-2008.
Um projeto articulado pela
própria União, com o uso da lei,
deve levar a Petrobras a bancar
a maior parte dos treinos para a
China com renúncia fiscal.
A empresa, tecnicamente de
capital misto, na prática controlada pelo governo, admite a
negociação, mas diz não estar
fechada. A previsão é de aporte
de R$ 27 milhões -foi o valor
apresentado ontem ao Ministério do Esporte pelo COB.
Foi o presidente do comitê,
Carlos Arthur Nuzman, que pediu a Lula, durante o Pan-Americano do Rio, verba extra para
Pequim. A expectativa é que a
empresa libere o dinheiro ainda em dezembro -pode haver
até cerimônia para o anúncio.
O COB recebeu, só no ano
passado, R$ 57,3 milhões do governo pela Lei Piva. Agora, as
confederações e o comitê poderão realocar parte dessa verba,
já que a Petrobras bancará a
preparação. "Vai cobrir 60% a
65% da preparação. Se for contemplada toda a ação, não precisamos mais de dinheiro para
Pequim", contou o presidente
da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Paulo Wanderley,
que usará a verba em treinos no
Japão antes da Olimpíada.
Sua confederação é um
exemplo de como o COB quer
sugar o máximo de recursos.
Inicialmente, havia pedido R$
1,74 milhão para seus projetos
olímpicos. Depois, a CBJ reduziu a pedida: R$ 1,55 milhão.
O COB, porém, insistiu na
quantia mais alta. "Para dar
mais qualidade à preparação da
equipe, o COB decidiu manter
algumas ações", disse o comitê.
Segundo a Folha apurou, a
entidade instruiu os presidentes de confederações a incluírem nos projetos todos os tipos
de despesas, até mesmo as rotineiras, como gastos com fisioterapia. Mais: foram incluídos
atletas que ainda não haviam
garantido a classificação a Pequim, com o objetivo de aumentar o volume da delegação.
O ministério projeta a conquista de seis medalhas de ouro
em Pequim. E deslocou os funcionários de sua Secretaria de
Alto Rendimento para uma
reunião no Rio, na semana passada, para enquadrar juridicamente os projetos das confederações na lei de incentivo.
Essas propostas serão levadas à comissão do ministério
para a lei para aprovação a toque de caixa, pois a intenção é
liberar o dinheiro neste ano.
"Já contaremos com as verbas para janeiro e fevereiro,
quando haverá os pré-olímpicos", afirmou o presidente da
Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos, Coaracy
Nunes, que reforçará preparações individuais de César Cielo,
Thiago Pereira e Kaio Márcio.
O secretário-geral da Confederação Brasileira de Atletismo, Martinho Nobre dos Santos, disse que teve de apresentar projetos com pressa para
atender os prazos do COB, que
o avisou de última hora. "Fizemos orçamento a grosso modo,
sem levantamento de preços
de passagens. Depois, detalhamos com todos os dados."
Inicialmente, a CBAt receberia R$ 1,2 milhão, mas o valor
foi a R$ 1,4 milhão com o detalhamento. Entre os projetos, a
verba será usada para aclimatação da equipe perto da China, o
que seria bancado pelo COB.
A interlocutores, o ministro
Orlando Silva Júnior explicou,
há alguns meses, que a idéia do
projeto é somente dar um empurrãozinho final à delegação
brasileira em Pequim. Citou
clínicas com técnicos estrangeiros e torneios internacionais, mas a meta não era pagar
toda a preparação.
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