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ATLETISMO
Organização congela prêmios, mas shopping traz força do Quênia
Patrocínio banca atletas de elite e turbina São Silvestre
GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A organização da prova continua com os cintos apertados.
Mas, graças a um patrocinador
privado, a São Silvestre voltará a
ver atletas "importados" de ponta
disputando o título da mais tradicional prova de rua do país.
Ano passado, sem grandes estrelas, o evento foi um dos mais
esvaziados da história: não houve
defesa de título e, pela primeira
vez em 20 anos, nenhum ex-campeão esteve em São Paulo.
Com o investimento pesado do
Shopping Paulista, seis quenianos
participarão da corrida do dia 31.
A equipe terá viagem, hospedagem e cachês pagos pelo patrocinador. O valor que o grupo vai pagar para cada atleta não foi revelado, mas não ultrapassa a premiação oficial da prova -quase US$
5.828 para o vencedor.
No grupo importado para alavancar o interesse pela São Silvestre estão dois dos principais nomes das competições de fundo
desta temporada.
Robert Cheruyiot, campeão da
última edição da São Silvestre,
traz na bagagem o troféu de campeão da Maratona de Boston
(EUA). Em 2003, ele também assegurou o terceiro posto na Maratona de Milão (ITA).
Seu principal rival é Martin Lel,
que, aos 24 anos, surpreendeu ao
triunfar na Maratona de Nova
York e levar a medalha de ouro no
Mundial de meia-maratona, disputado na cidade portuguesa de
Vilamoura, em outubro.
Cheruiyot protagonizou cenas
inusitadas em 2002. Ele vomitou
após a chegada, abatido por causa
do forte calor. Agora, contudo,
diz estar em boa forma, descansado e mais adaptado para enfrentar o clima paulistano.
"Justamente porque não competi muito neste ano [participou
de apenas quatro provas], não vejo problema em manter a São Silvestre no meu calendário. Espero
também lidar melhor com o calor", afirmou o queniano.
Não foi só o ano folgado que
motivou a elite dos maratonistas a
desembarcar ontem no Brasil. O
cenário proporcionado pelo investimento privado contrasta as
medidas tomadas pela organização da prova a partir de 2001.
A São Silvestre não paga cachês
a atletas estrangeiros há dois anos.
Os organizadores também bancam somente a hospedagem dos
20 atletas mais bem colocados nos
rankings brasileiros masculino e
feminino -até 2000, o número
chegava a 70.
A idéia era conter esses gastos
para aumentar a premiação. Na
prova deste ano, no entanto, o
primeiro a cruzar a linha de chegada receberá o mesmo que Cheruiyot em 2002 -R$ 17 mil.
A prova feminina também tem
como principal destaque uma
atleta vinda do Quênia. Margaret
Okayo, bicampeã da Maratona de
Nova York (venceu em 2001 e
2003), voltou ontem a São Paulo
após a ausência do ano passado. A
corredora tenta coroar sua temporada com um título ainda ausente em seu currículo.
Nas ruas da cidade, ela irá reviver o duelo da prova de 2001. Naquela oportunidade, Okayo
amargou a segunda colocação e
viu Maria Zeferina Baldaia quebrar um jejum de quatro anos
sem brasileiras no topo do pódio.
Colaborou Eduardo Ohata,
da Reportagem Local
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