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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Ao contrário do time principal, sub-23 é obrigado a usar equipe quase toda formada por atletas que atuam no país

Brasil busca vaga olímpica nacionalizado

Bruno Domingos/Reuters
Diego e Fábio Rochemback, um dos dois "estrangeiros" convocados para a seleção sub-23, durante treino da equipe, em Teresópolis


SÉRGIO RANGEL
DO ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Ao contrário da equipe principal, dominada por jogadores que atuam no exterior, a seleção sub-23 vai tentar conquistar a vaga para os Jogos de Atenas com um time quase todo doméstico.
Nos dois treinos táticos e no único coletivo realizados na Granja Comary, onde o time de prepara para o Pré-Olímpico, o técnico Ricardo Gomes decidiu usar a base do Cruzeiro e do Santos, últimos campeões brasileiros, para formar o time titular.
O único ""estrangeiro" com vaga entre os 11 é o lateral-esquerdo Maxwell, do Ajax, da Holanda.
""Este grupo mostra que o nosso futebol está numa boa fase", disse o volante Dudu Cearense.
""Além de facilitar o entrosamento, o fato de formar um time com atletas no país dá um orgulho maior aos brasileiros", disse o meia Diego, do Santos, que poderá se transferir para o exterior na próxima temporada.
A escalação de uma seleção ""doméstica" não estava nos planos de Gomes. Por pressão dos clubes europeus, o treinador não pode contar com a força máxima. Com isso, os meias Kaká, do Milan, e Júlio Baptista, do Sevilla e o zagueiro Luisão, do Benfica, ficaram fora do torneio por imposição dos seus clubes. O técnico também perdeu o volante Thiago Motta, do Barcelona, e o atacante Adriano, do Parma, contundidos.
""Agora, as coisas se inverteram. Os clubes ficaram com a última palavra e temos que aceitar. Temos é que trabalhar com este grupo, que tem muita qualidade também", disse Ricardo Gomes, sobre a limitação para contar com os jogadores de times do exterior.
A Fifa não considera o Torneio Pré-Olímpico uma competição oficial no seu calendário, o que não obriga os clubes europeus a liberarem os seus atletas.
Além de Maxwell, o outro atleta que atua no exterior convocado é Fábio Rochemback, do Sporting. O volante, aliás, vai ser desfalque no jogo de estréia no Pré-Olímpico porque terá que viajar hoje a Portugar para um jogo do clube.
A situação vivida por Gomes é o oposto a da realidade da seleção principal. Neste ano, o time comandado por Parreira já jogou com 11 ""estrangeiros".
A seleção sub-23 também tem outra curiosidade. Enquanto a maioria dos atletas que atuam no país vibra com a possibilidade de se transferir para o exterior ao ser convocado, Maxwell fez questão de ir ao Pré-Olímpico para ganhar prestígio no seu próprio país.
""Aqui, temos até um caso diferente. O Maxwell está aqui para ser reconhecido no Brasil", afirmou Dudu Cearense.
Desde 2000 no Ajax, Maxwell é praticamente desconhecido no país. Ele deixou o Cruzeiro quando tinha 19 anos. ""Fiz um pedido pessoal ao meu treinador para jogar este torneio. Falei que era muito importante para a minha carreira"", disse o lateral, que chamou a atenção dos curiosos na apresentação na sexta-feira. Uma torcedora achava que ele era o roqueiro Bon Jovi. Nenhuma sabia que Maxwell era jogador.


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