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VÔLEI
Fim de uma era
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O novo ano deve marcar o
fim de uma era no vôlei. Nas
últimas três Olimpíadas, as cubanas foram as donas da bola. Nenhuma outra seleção conseguiu
nesse esporte a mesma façanha:
três títulos olímpicos consecutivos. Agora, pela primeira vez em
12 anos, Cuba não é favorita ao
ouro em Atenas.
Os tempos definitivamente são
outros na terra de Fidel Castro. As
glórias das atacantes Mireya Luís
e Regla Torres, que formaram o
reinado mais longo de uma seleção de vôlei no topo do mundo,
são agora história. Além dos três
ouros olímpicos, o time foi bicampeão mundial, em 94 e 98.
A nova geração, comandada
por Yumilka Ruiz, só conseguiu a
vaga para Atenas na semana passada, no Pré-Olímpico da República Dominicana. A vitória por 3
a 0 sobre o time da casa, que valeu a classificação, foi um alívio
porque no Pan-Americano, em
agosto, Cuba havia perdido para
as dominicanas na final.
Vale lembrar que os Estados
Unidos não disputaram o Pré-Olímpico porque já tinham garantido a vaga na Copa do Mundo. Com isso, a disputa ficou mais
tranquila para Cuba. Além das
dominicanas, o time teve pela
frente as frágeis seleções do México, Porto Rico e Canadá.
A classificação para Atenas deu
novo ânimo ao time e à imprensa
do país. O jornal "Juventud Rebelde" fez até um artigo perguntando se essas jogadoras já poderiam ser chamadas, como a geração anterior, de "as espetaculares
morenas do Caribe". A conclusão
é que a resposta só poderá ser dada em Atenas.
O certo é que nos últimos grandes torneios Cuba não conseguiu
manter a tradição. No Mundial
da Alemanha, em 2002, terminou
em quinto. Na Copa do Mundo,
no mês passado, no Japão, acabou em sexto. O técnico Luís Felipe Calderon mostra otimismo.
Diz que o time amadureceu.
Na comissão técnica, além de
Calderon, a seleção conta com
Eugênio George, o comandante
da equipe na era de ouro. Os destaques do time são: Yumilka
Ruiz; a experiente Zoila Barros,
que voltou à seleção e foi eleita o
melhor saque da Copa do Mundo, com 34 aces; e a jovem Yaima
Ortiz, 21 anos e 1,81 m.
O maior desafio de Cuba está
em arrumar substitutas para
Marlenis Costa e Taimaris Aguero. Como Cuba joga no sistema 4-2 (quatro atacantes e duas levantadoras), elas se revezavam nas
duas posições. As novas levantadoras-atacantes, Liana Mesa e
Anniara Muñoz, não têm a mesma categoria.
A seleção masculina de Cuba
também não vive grandes momentos. A partir de domingo, o time vai disputar a classificação
para Atenas no Pré-Olímpico de
Porto Rico. Os cubanos terão dois
grandes adversários pela frente:
Estados Unidos e Canadá.
Vai ser difícil Cuba conseguir a
vaga. Para ter uma idéia, no
Mundial, em 2002, a seleção ficou
em 21º lugar. Depois da saída de
estrelas como Ihosvany Hernandes e Leonel Marshall, o time não
se acertou mais. A novidade é o
retorno do ex-levantador Raul
Diago, como integrante da comissão técnica.
Italiano
A sensação do Campeonato Italiano, que reúne as maiores estrelas
do vôlei mundial, está sendo o Trentino. Quem diria, líder da competição, o time tem uma base de jogadores trintões como o levantador
Paolo Tofoli, 37, e os atacantes Bernardi, 35, e Sartoretti, 32. O Macerata, de Nalbert, disputa a vice-liderança com Padova e Treviso.
Superliga
A Unisul, do atacante André Heller e do argentino Marcos Milinkovic, está poderosa nesta temporada. Na última rodada da Superliga,
quebrou a invencibilidade do Suzano, do técnico Ricardo Navajas,
com um surpreendente placar de 3 sets a 0. O time catarinense, atual
vice-campeão brasileiro, é agora o único invicto da competição, com
cinco vitórias.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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