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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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VÔLEI

Fim de uma era

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O novo ano deve marcar o fim de uma era no vôlei. Nas últimas três Olimpíadas, as cubanas foram as donas da bola. Nenhuma outra seleção conseguiu nesse esporte a mesma façanha: três títulos olímpicos consecutivos. Agora, pela primeira vez em 12 anos, Cuba não é favorita ao ouro em Atenas.
Os tempos definitivamente são outros na terra de Fidel Castro. As glórias das atacantes Mireya Luís e Regla Torres, que formaram o reinado mais longo de uma seleção de vôlei no topo do mundo, são agora história. Além dos três ouros olímpicos, o time foi bicampeão mundial, em 94 e 98.
A nova geração, comandada por Yumilka Ruiz, só conseguiu a vaga para Atenas na semana passada, no Pré-Olímpico da República Dominicana. A vitória por 3 a 0 sobre o time da casa, que valeu a classificação, foi um alívio porque no Pan-Americano, em agosto, Cuba havia perdido para as dominicanas na final.
Vale lembrar que os Estados Unidos não disputaram o Pré-Olímpico porque já tinham garantido a vaga na Copa do Mundo. Com isso, a disputa ficou mais tranquila para Cuba. Além das dominicanas, o time teve pela frente as frágeis seleções do México, Porto Rico e Canadá.
A classificação para Atenas deu novo ânimo ao time e à imprensa do país. O jornal "Juventud Rebelde" fez até um artigo perguntando se essas jogadoras já poderiam ser chamadas, como a geração anterior, de "as espetaculares morenas do Caribe". A conclusão é que a resposta só poderá ser dada em Atenas.
O certo é que nos últimos grandes torneios Cuba não conseguiu manter a tradição. No Mundial da Alemanha, em 2002, terminou em quinto. Na Copa do Mundo, no mês passado, no Japão, acabou em sexto. O técnico Luís Felipe Calderon mostra otimismo. Diz que o time amadureceu.
Na comissão técnica, além de Calderon, a seleção conta com Eugênio George, o comandante da equipe na era de ouro. Os destaques do time são: Yumilka Ruiz; a experiente Zoila Barros, que voltou à seleção e foi eleita o melhor saque da Copa do Mundo, com 34 aces; e a jovem Yaima Ortiz, 21 anos e 1,81 m.
O maior desafio de Cuba está em arrumar substitutas para Marlenis Costa e Taimaris Aguero. Como Cuba joga no sistema 4-2 (quatro atacantes e duas levantadoras), elas se revezavam nas duas posições. As novas levantadoras-atacantes, Liana Mesa e Anniara Muñoz, não têm a mesma categoria.
A seleção masculina de Cuba também não vive grandes momentos. A partir de domingo, o time vai disputar a classificação para Atenas no Pré-Olímpico de Porto Rico. Os cubanos terão dois grandes adversários pela frente: Estados Unidos e Canadá.
Vai ser difícil Cuba conseguir a vaga. Para ter uma idéia, no Mundial, em 2002, a seleção ficou em 21º lugar. Depois da saída de estrelas como Ihosvany Hernandes e Leonel Marshall, o time não se acertou mais. A novidade é o retorno do ex-levantador Raul Diago, como integrante da comissão técnica.

Italiano
A sensação do Campeonato Italiano, que reúne as maiores estrelas do vôlei mundial, está sendo o Trentino. Quem diria, líder da competição, o time tem uma base de jogadores trintões como o levantador Paolo Tofoli, 37, e os atacantes Bernardi, 35, e Sartoretti, 32. O Macerata, de Nalbert, disputa a vice-liderança com Padova e Treviso.

Superliga
A Unisul, do atacante André Heller e do argentino Marcos Milinkovic, está poderosa nesta temporada. Na última rodada da Superliga, quebrou a invencibilidade do Suzano, do técnico Ricardo Navajas, com um surpreendente placar de 3 sets a 0. O time catarinense, atual vice-campeão brasileiro, é agora o único invicto da competição, com cinco vitórias.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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