São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Técnico diz que atleta teve sorte de o incidente de trânsito em que se envolveu no Rio ter sido antes da apresentação

Edmundo ficou por um triz, afirma Leão

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Edmundo, principal aquisição do Palmeiras para a temporada 2006, só veio ao Parque Antarctica porque o incidente no qual foi detido sob acusação de dirigir embriagado e desacato ocorreu antes de ser incorporado.
"Não existe atleta aqui que eu não tenha aceitado, inclusive o Edmundo. Vi o que ele fez nas férias e ainda bem que foi nas férias. Ele ainda não me pertencia. Se fizesse aquilo enquanto já fosse atleta do Palmeiras, estaria fora", declarou ontem Emerson Leão, técnico palmeirense, durante a reapresentação do elenco no centro de treinamento da equipe na Barra Funda, em São Paulo.
O recado do treinador, que tem fama de ser linha-dura e disciplinador, refere-se ao episódio envolvendo o novo camisa 7 do time alviverde no último dia 19 (Edmundo já estava contratado), quando este gozava férias após jogar o Brasileiro pelo Figueirense.
Segundo a polícia do Rio, o atacante havia deixado uma boate às 3h da madrugada, entrou em seu carro e fez manobras arriscadas. Depois, teria fechado uma viatura da Polícia Militar e acabou detido.
"Falei ao Edmundo o seguinte: "Você não é criança para ser perdoado e sabe como deve proceder a partir de agora'", contou Leão.
O técnico, que irá trabalhar com Edmundo pela segunda vez -a primeira foi quando o convocou para a seleção brasileira em 2000-, disse que não há necessidade de ficar de olho no atleta para saber se ele irá cometer outro deslize fora de campo.
"São Paulo é como qualquer outra cidade, mas meus olhos são maiores. Se ele aprontar, tenho certeza de que vai chegar a mim e ele vai perguntar: "Onde é que eu assino a rescisão?'", disse Leão.
Apesar de colecionar confusões dentro e fora de campo na carreira -o que lhe rendeu o apelido de Animal e a fama de bad boy-, Edmundo havia dito na sua apresentação anteontem, que só fora detido pela polícia do Rio por ser famoso. No entanto revelara ter medo de decepcionar a torcida.
"Tenho contrato de risco com o Palmeiras por um ano. Se estiverem insatisfeitos, podem me desligar sem qualquer ônus para eles", dissera Edmundo, que em 1995, quando defendia o Flamengo, envolveu-se num acidente automobilístico que resultou na morte de três pessoas.
E foi justamente o passado conturbado de Edmundo que levou Leão e dirigentes palmeirenses a darem uma espécie de "sermão" no atleta antes de contratá-lo.
Na opinião dos cartolas palmeirenses, o treinador e o tempo irão se encarregar de pôr Edmundo nos eixos que o clube quer dele.
"Ele [Edmundo] sabe o que exigimos dele. Ele está calejado e sabe o perfil que o Leão tem. A cabeça do atleta está mais voltada para a família agora. Com certeza, aquela impulsividade que ele tinha antes vai sumir", afirmou Salvador Hugo Palaia, diretor de futebol palmeirense.
Esta será a segunda passagem de Edmundo no Palmeiras. A primeira foi entre 1993 a 1995, quando foi bi brasileiro e paulista.


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