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FUTEBOL
Técnico diz que atleta teve sorte de o incidente de trânsito em que se envolveu no Rio ter sido antes da apresentação
Edmundo ficou por um triz, afirma Leão
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O atacante Edmundo, principal
aquisição do Palmeiras para a
temporada 2006, só veio ao Parque Antarctica porque o incidente no qual foi detido sob acusação
de dirigir embriagado e desacato
ocorreu antes de ser incorporado.
"Não existe atleta aqui que eu
não tenha aceitado, inclusive o
Edmundo. Vi o que ele fez nas férias e ainda bem que foi nas férias.
Ele ainda não me pertencia. Se fizesse aquilo enquanto já fosse
atleta do Palmeiras, estaria fora",
declarou ontem Emerson Leão,
técnico palmeirense, durante a
reapresentação do elenco no centro de treinamento da equipe na
Barra Funda, em São Paulo.
O recado do treinador, que tem
fama de ser linha-dura e disciplinador, refere-se ao episódio envolvendo o novo camisa 7 do time
alviverde no último dia 19 (Edmundo já estava contratado),
quando este gozava férias após jogar o Brasileiro pelo Figueirense.
Segundo a polícia do Rio, o atacante havia deixado uma boate às
3h da madrugada, entrou em seu
carro e fez manobras arriscadas.
Depois, teria fechado uma viatura
da Polícia Militar e acabou detido.
"Falei ao Edmundo o seguinte:
"Você não é criança para ser perdoado e sabe como deve proceder
a partir de agora'", contou Leão.
O técnico, que irá trabalhar com
Edmundo pela segunda vez -a
primeira foi quando o convocou
para a seleção brasileira em
2000-, disse que não há necessidade de ficar de olho no atleta para saber se ele irá cometer outro
deslize fora de campo.
"São Paulo é como qualquer outra cidade, mas meus olhos são
maiores. Se ele aprontar, tenho
certeza de que vai chegar a mim e
ele vai perguntar: "Onde é que eu
assino a rescisão?'", disse Leão.
Apesar de colecionar confusões
dentro e fora de campo na carreira -o que lhe rendeu o apelido
de Animal e a fama de bad boy-,
Edmundo havia dito na sua apresentação anteontem, que só fora
detido pela polícia do Rio por ser
famoso. No entanto revelara ter
medo de decepcionar a torcida.
"Tenho contrato de risco com o
Palmeiras por um ano. Se estiverem insatisfeitos, podem me desligar sem qualquer ônus para
eles", dissera Edmundo, que em
1995, quando defendia o Flamengo, envolveu-se num acidente automobilístico que resultou na
morte de três pessoas.
E foi justamente o passado conturbado de Edmundo que levou
Leão e dirigentes palmeirenses a
darem uma espécie de "sermão"
no atleta antes de contratá-lo.
Na opinião dos cartolas palmeirenses, o treinador e o tempo irão
se encarregar de pôr Edmundo
nos eixos que o clube quer dele.
"Ele [Edmundo] sabe o que exigimos dele. Ele está calejado e sabe o perfil que o Leão tem. A cabeça do atleta está mais voltada para
a família agora. Com certeza,
aquela impulsividade que ele tinha antes vai sumir", afirmou Salvador Hugo Palaia, diretor de futebol palmeirense.
Esta será a segunda passagem
de Edmundo no Palmeiras. A primeira foi entre 1993 a 1995, quando foi bi brasileiro e paulista.
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