NÃO é todo ano que o melhor ataque é premiado com o título no futebol europeu. Mas uma estranha coincidência acompanha o Barcelona, líder do Espanhol e melhor time da primeira fase da Copa dos Campeões. A última vez que a equipe conquistou um título, nacional ou continental, sem ostentar o melhor ataque da competição foi em 1960.
Nesta temporada, o Barça mantém a tradição de ataques avassaladores, mas com um ingrediente extra. Nenhum time de qualquer grande liga européia rivalizou no quesito ofensividade neste segundo semestre. O Barcelona tem o melhor ataque do planeta.
São 48 gols em 16 partidas de seu campeonato nacional, 18 gols em seis partidas da Copa dos Campeões. Neste, o Barça perdeu a primazia do melhor ataque na última rodada da primeira fase para o Manchester United. Mas mantém a impressionante média de três gols por partida, mais do que atingiu em qualquer dos torneios de que saiu vitorioso nos últimos 49 anos.
Num tempo com tantas mudanças de técnico e elencos, parece coincidência ser campeão apenas quando possui o melhor ataque. O caso do Barcelona é cultural. A equipe mantém o mesmo estilo, de toques rápidos e verticais em direção ao gol, desde que contratou o técnico holandês Rinus Michels, em 1971. Em sua terceira temporada, Michels acabou com o jejum do clube, que já durava catorze anos. Antes, fez o Barça trocar a sisudez, que havia marcado sua última conquista, sob o comando de Helenio Herrera, pela objetividade.
O Barcelona é, hoje, um dos dois grandes times do mundo que se mantêm fiel ao 4-3-3 há mais de três temporadas. O outro é o Chelsea, que tem tentado variações de sistema desde que Felipão desembarcou em Londres. O brasileiro faz de sua equipe a de melhor ataque na Inglaterra, mas com dois gols por partida.
O Barça joga com Messi na ponta direita, Eto'o como centroavante, Henry aberto à esquerda. O mesmo sistema, a mesma ofensividade, os mesmos bons resultados de quando Ronaldinho Gaúcho estava por lá. A saída do ex-melhor do mundo parecia ter sepultado uma era. Não sepultou. Eto'o já marcou 15 vezes em 15 jogos do Espanhol. É o líder do melhor ataque do planeta.

OS MEIAS DE MURICY
Nos últimos dois anos, Muricy tem convivido com críticas de que não consegue fazer seus meias jogarem bem. Mas, em 2008, viu o crescimento de Hugo e de Hernanes. Em 2009, a dúvida é como jogará Arouca. Chamado de volante, ele foi muito mais armador do que cabeça-de-área no reta de chegada do Brasileirão.

ADÍLSON FESTEJA
O técnico do Cruzeiro pode perder o atacante Guilherme a qualquer momento. A direção já avisou que precisa vender jogadores em 2009. Mas as chegadas de Soares e Wellington Paulista dão a certeza de ter reforçado o ataque. Soares foi artilheiro do Figueirense, de Adílson, em 2006. Wellington, do Carioca de 2008.

DUELO ALVINEGRO
Hoje pode haver uma definição sobre o futuro do centroavante Souza. O Santos garante estar perto de anunciá-lo, mas o Corinthians deve ser seu destino. Quem precisa mais? O Corinthians. O Santos tem Kleber Pereira. O Corinthians sabe que poderá contar com Ronaldo numa porcentagem pequena de jogos. No Milan já foi assim. Ronaldo jogou apenas 15% das partidas do time em um ano.


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