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Na cidade de Lula, bola agoniza
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto as cidades vizinhas
prosperam no futebol, São Bernardo, o município mais populoso da região, sofre para manter
seus times profissionais.
Na base do presidente que possivelmente mais gosta de futebol
na história do país, o único clube
em atividade, o Palestra, está na
quarta divisão do Estadual.
Mais tradicional equipe da cidade, mas com o futebol profissional desativado há dois anos, depois de quase uma década de rebaixamentos, o São Bernardo tem
a esperança de voltar aos campos
disputando a sexta divisão.
"A ingratidão da cidade é muito
grande", diz Felipe Cheidde, presidente do clube há quase 40 anos.
Ele se queixa de não ter a ajuda da
prefeitura e das empresas locais.
"Não consigo mais bancar do
meu bolso o clube", afirma o dirigente, que garante ter investido,
com recursos próprios, US$ 2,2
milhões no São Bernardo durante
o seu longo comando -agora,
quer gastar R$ 40 mil mensais.
Para permanecer vivo, o Palestra tem um plano inusitado. O
clube está usando parte do terreno que o abriga para construir um
colégio particular. Parte do dinheiro das mensalidades será
usado para bancar gastos do time.
A lista dos que pouco fizeram
para São Bernardo prosperar no
futebol inclui o morador mais
ilustre do município. "O Lula
sempre foi muito ocupado, não tinha tempo para isso", diz Cheidde sobre a participação do presidente na vida de seu clube.
(PC)
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