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Ronaldo é sócio
de Parreira em
duas academias
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Vice-líder no ranking de faturamento pessoal na seleção, o
atacante Ronaldo, além dos comerciais e contratos de patrocínio, investe em uma rede de
academias de ginástica. E tem
agora entre seus sócios o técnico Carlos Alberto Parreira.
O treinador passou a ser acionista da A!Body Tech, que já tinha o jogador como sócio. Nenhum dos dois atua na administração da empresa, feita pelo
empresário Alexandre Accioly.
Ronaldo é sócio da holding que
controla oito academias, ao lado do empresário e do ex-piloto de F-1 João Paulo Diniz. O tamanho de sua fatia no negócio
não é divulgado por Accioly.
Parreira virou sócio em duas
filias novas, uma no Rio Sul e
outra em Botafogo, ambas na
zona sul do Rio. As novas filiais
são parte da expansão da rede,
que deverá ter 11 unidades, um
investimento de R$ 80 milhões.
"Preferimos captar dinheiro
com personalidades, em vez de
no mercado financeiro", disse
Accioly, que ainda tem como
sócios o ex-jogador de vôlei
Tande, o técnico da seleção
masculina de vôlei, Bernardinho, e o ator Rodrigo Santoro.
A sociedade não fere nenhuma lei da Fifa para jogadores e
técnicos. E o currículo de Ronaldo é argumento mais do que
suficiente para justificar sua
convocação por qualquer técnico. Mas advogados e personalidades ligadas à discussão
da ética e do futebol divergem
em relação ao assunto.
"[Parreira] Tem uma vinculação contratual mercantil com
o jogador de modo que ele deixou de ter uma posição de absoluta independência, que é
exigida do treinador para tomar decisões", afirma Fábio
Konder Comparato, professor
titular de direito da USP. Já o
presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber
Abramo, acredita que não há
interferência. "Esse tipo de
conflito de interesse é muito fácil de resolver. Sou teu amigo,
teu sócio, mas vou te barrar."
"Não vejo problema ético. As
relação pessoais são mais importantes que as comerciais",
diz o ex-jogador Sócrates.
Já o advogado Dalmo de
Abreu Dallari vê uma incompatibilidade. "Os dois participam de resultados econômicos
juntos. Isso permite ilações",
diz. "Se ele escalar o Ronaldo
fora de forma e outro ficar de
fora, o outro pode pedir indenização por danos morais."
Ronaldo e Parreira não foram localizados pela Folha para falar sobre o negócio.
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