TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo entrou ontem para enfrentar o Santa Cruz com uma dupla missão: vencer para fazer seis pontos em três jogos, reabilitando-se da derrota para o Fortaleza pelo Nacional, e exibir um futebol convincente para os fãs.
Com os 4 a 0 de ontem à noite, no Morumbi, os jogadores são-paulinos saíram de campo com a sensação de dever cumprido. O resultado deixou o São Paulo líder, ao menos até hoje, e empolgado. O próximo desafio do time é na quarta-feira, diante do Palmeiras, em jogo que vale vaga nas quartas-de-final da Libertadores.
Depois de um primeiro tempo sonolento, na etapa final o time acordou, marcou os quatro gols da goleada e transformou o goleiro Rogério no artilheiro do time no Brasileiro, com dois tentos. "A vitória foi importante porque dá confiança. Mostra que quando o time faz o que deve em campo colhe bons frutos", disse ele, que chegou aos 60 gols na carreira.
Já o Santa Cruz continua mal. O time pernambucano ainda não ganhou no Nacional.
O jogo foi cercado de homenagens à memória de Telê Santana, morto no último dia 21. Os jogadores são-paulinos entraram em campo com uma camisa preta e a inscrição "Telê eterno".
No primeiro tempo, o São Paulo teve maior volume de jogo, tentou botar pressão em cima do goleiro Gilmar, mas esteve longe de empolgar a sua torcida.
Com o desfalque inesperado de Thiago, que sentiu a coxa, Muricy Ramalho armou o ataque com Alex Dias e Aloísio na frente e liberou Souza e Júnior para as jogadas pelas pontas, mas esbarrou na péssima pontaria. Segundo o Datafolha, dos 12 chutes que deu na etapa inicial, só um foi no alvo, ou seja, 92% deles foram errados.
E essa deficiência ficou mais evidente pelas chances claras criadas. O lateral Júnior chutou para o alto uma bola na pequena área. Especialista na bola parada, Rogério teve duas cobranças de falta na entrada da área: errou ambas.
Mal para finalizar, ruim também para jogar a bola na área do Santa Cruz. Dos 20 cruzamentos, só quatro foram certos -índice de 80% de deficiência.
Já os pernambucanos, que vieram para jogar em São Paulo no contra-ataque, mataram a sua principal arma por falha de seus próprios jogadores no momento de partir para o gol adversário. O time foi para o intervalo com seis impedimentos assinalados.
Na ida para o vestiário, a preocupação com a falta de pontaria estava no discurso dos atletas.
"O time cria jogadas, mas não consegue fazer o gol. É importante criar, mas temos de aproveitar as chances", comentou Souza.
Na segunda etapa, com Leandro no lugar de Alex Dias, o São Paulo ganhou mais mobilidade, e, na primeira chance clara, Danilo recebeu de Aloísio e bateu cruzado para marcar 1 a 0, aos 3min.
Dois minutos depois, foi a vez de Mineiro acertar um belo chute no canto, aumentar a vantagem e tranqüilizar a torcida: 2 a 0.
O time, que demonstrava intranqüilidade no primeiro tempo por não conseguir marcar, enfim se soltou em campo.
Responsável pela subida de produção do time, Leandro foi premiado. Ele aproveitou sobra após chute de Júnior e mandou uma bomba no ângulo, aos 16min.
Com o time à vontade em campo, a torcida passou a incentivar o São Paulo, que seguiu botando pressão para conquistar a uma goleada. E, aos 31min, Rogério, batendo falta, fechou o placar.


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