RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não é por causa de uma derrota que vamos destruir o moral dos nossos jogadores."
Assim o técnico Mano Menezes decifra sua estratégia após perder do Flamengo.
O técnico desvia a atenção das críticas e minimiza falhas para reduzir a pressão.
É uma releitura mais sofisticada do que faz Vanderlei Luxemburgo. O atual técnico do Atlético-MG costuma falar de árbitros ou criar fatos polêmicos para que se esqueçam as falhas de seus times.
Foi o que se viu na coletiva do corintiano anteontem.
Ronaldo não concluiu sequer uma vez a gol no jogo? Foi ele quem criou a melhor chance do Corinthians na partida, retruca Mano.
O fato de o atacante ser sócio do clube interfere em sua escalação? O treinador nega e, em seguida, conta história sobre um torcedor que pediu Jorge Henrique no time.
Por que o time com um a mais na maior parte do tempo ameaçou pouco o Flamengo? "O melhor time do Brasil" (Santos) teve poucas chances de gol com um atleta a mais (contra o Santo André), responde o técnico.
Em que o time errou? A equipe teve bom controle de jogo, mas falhou nas finalizações e relaxou atrás, analisa.
Na leitura dos números, o problema é mais grave. O que se viu foi um Corinthians, repita-se com um a mais, que concluiu nove vezes contra oito do rival. E com só um arremate perigoso, de Moacir.
A equipe paulista fez menos desarmes (115 a 132) e mais faltas (24 a 13). Ou seja, teve mais posse de bola, mas atacou e marcou pior.
Pelos números do Datafolha, Ronaldo teve sua atuação mais ineficiente de 2010.
Para Mano, o time só precisa de ajustes. Resta saber se é isso mesmo que ele pensa.



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