São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2005

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ATLETISMO

Maratonista estuda ir à Justiça contra mudança de regra que o deixa de fora do Mundial de Helsinque, em agosto

Brasileiro ganha na rua e perde na caneta

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A definição dos brasileiros que irão disputar a maratona do Mundial de Helsinque, em agosto, pode parar nos tribunais.
Tudo porque a Iaaf, entidade que comanda o atletismo, resolveu alterar as regras no meio do jogo, prejudicando dois brasileiros que ganharam na rua o direito de disputar o evento na Finlândia.
Em fevereiro de 2004, William Amorim venceu a Maratona de Miami, tendo a escolta de Genilson da Silva no pódio. Os dois fizeram tempo abaixo de 2h18min.
A prova valia para a obtenção do índice para a Olimpíada. Dez meses depois, a Iaaf relacionou as maratonas cujas marcas valiam para o Mundial. Miami ficou fora.
"É sacanagem. Se falassem antes que Miami não valia, nem teria ido lá", lamenta Amorim, 29.
Seu treinador, Henrique Viana, estuda enviar reclamação formal à confederação brasileira.
Alexandre Minardi, técnico de Silva, não fará queixa.
"É um caso passível de recurso à Corte de Arbitragem do Esporte", diz Thomaz Mattos de Paiva, especialista em legislação esportiva.
Sem eles, o Brasil irá a Helsinque com Marilson dos Santos, Vanderlei Cordeiro, Clodoaldo da Silva, Claudir Rodrigues e André Luiz Ramos, que deve ficar com a vaga, mesmo com marca quase um minuto mais lenta do que a de Amorim. Rômulo da Silva, lesionado, desistiu de ir ao Mundial.
A Iaaf diz que a exclusão de Miami se deve ao não cumprimento de suas normas. Para a prova ser oficial, o percurso deve ser atestado pelo medidor credenciado pela Iaaf ou pela Aims (Associação Internacional de Maratonas e Corridas de Rua). Em dezembro, a federação instituiu que só valeriam os tempos de provas mensuradas por profissionais de nível A ou B (mais experientes).
"Maratonas como as de Londres, Nova York, Boston, Berlim e Chicago cumprem o novo critério. Miami, não", afirmou à Folha Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
Hoje, no Brasil, apenas as edições de São Paulo, Rio, Florianópolis e Porto Alegre, que foi disputada ontem, obedecem à regra.

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