São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2005

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Indianápolis vê missa e tietagem em clima militar

BARBARA GANCIA
DE INDIANÁPOLIS

Por mais que a invocadinha Danica Patrick tenha causado sensação ao longo da semana, a grande estrela das 500 Milhas é sempre a pista de Indianápolis. Não tem para A.J. Foyt nem Al. Unser: quem faz o herói de Indianápolis são as 2,5 milhas de asfalto e as quatro curvas de 12 graus de inclinação, que permanecem inalteradas desde a fundação do circuito, em 1911.
Na sexta-feira anterior à corrida, o jornal "The Indianapolis Star" publicou uma reportagem sobre quanto custaria construir uma nova pista com tudo o que Indianápolis tem. O prefeito José Serra que não nos ouça: a conta da empreitada sairia por US$ 708 milhões (cerca de R$ 1,6 milhão).
A primeira atividade da manhã de domingo em Indianápolis foi uma missa na garagem da Dallara, celebrada pelo padre Phil, um dos tantos profissionais que debandaram da Cart para a IRL. Padre Phil pediu proteção aos pilotos, "especialmente àqueles com chassi Dallara", deu a comunhão e partiu em direção às garagens da Penske e da Andretti-Green, onde, na certa, abençoaria os pilotos com a mesma exclusividade. Depois prometeu fazer um pit stop no estande da Marlboro -afinal, fumantes também merecem a bênção.
Na "Gasoline Alley", onde estão localizadas algumas das garagens mais famosas do automobilismo, a tietagem começou a rolar logo cedo. O pai ranzinza e o filho reclamão do programa "American Chopper", que é apresentado na TV paga, circulavam entre seus pares colhendo informações. Celebridades locais, como o ator Tony Danza e Cheech Marin, da dupla Cheech and Chong, atraíram a atenção do público até a chegada de um personagem maior, o general e ex-secretário de Estado, Collin Powell. O general foi convidado a pilotar o Corvette que serviria de carro madrinha e veio com a lição de casa feita.
Em abril, ele deu várias voltas no circuito para se adaptar à velocidade. Sobre o carro, pouco teve a aprender, já que possui um Corvette.
Minutos antes do início da prova, os telões da pista mostraram imagens diretas de Bagdá, com militares saudando os pilotos das 500 Milhas. As arquibancadas quase vieram abaixo. O enfoque militar continuou com um desfile em carro aberto de soldados de todas as forças. E fechou com o sobrevôo do autódromo por um B-2, avião militar que consegue ser mais caro até do que o circuito de Indianapolis. Custa US$ 1 bilhão.

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