São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Copa 2006

Quarteto ofensivo testa hoje outra vez fôlego de Kaká

Seleção brasileira realiza às 15h30, contra o Lucerna, na Suíça, o penúltimo amistoso de preparação para o Mundial

Do quadrado mágico, atleta do Milan é quem mais jogou na temporada e menos teve folgas nos treinos do Brasil, mas terá a maior sobrecarga


PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

A missão mais espinhosa, e a que exige mais preparo físico, para a manutenção do "quarteto mágico" está nas costas justamente do jogador, entre os titulares da seleção de Carlos Alberto Parreira, que mais suou na temporada 2005/2006 do futebol europeu.
O amistoso de hoje contra o Lucerna, o primeiro na preparação final do Brasil para a Copa, será o 56º jogo de Kaká, 24, no "ano fiscal" do futebol europeu (isso incluindo os compromissos oficiais do Milan e todas as partidas do time nacional).
A maratona não lhe deu os mesmos benefícios de companheiros de equipe que jogaram bem menos do que ele.
Ronaldinho, apontado pela comissão técnica como um dos mais exaustos do elenco, fez nove jogos a menos do que Kaká na temporada. Por isso, tem até permissão para descansar enquanto os colegas treinam.
Os veteranos Cafu e Ronaldo fizeram pouco mais da metade dos jogos do milanista, mas o primeiro tem liberdade vigiada para avançar ao ataque e o segundo terá pouca ou nenhuma responsabilidade defensiva.
Parreira não cansa de dizer que, para que o quarteto seja mantido, Kaká e Ronaldinho precisam ajudar na marcação. "Não vamos ganhar uma Copa do Mundo jogando no 4-2-4", diz o técnico. Mas, como fala toda hora que Ronaldinho terá a mesma liberdade que lhe é dada no Barcelona, Parreira vai exigir que Kaká faça o papel de meia e atacante. E o mais jovem dos titulares diz não temer isso.
"Tudo é diferente agora. Minha responsabilidade tem crescido gradualmente. Isso é muito bom", diz o ex-são-paulino, que em 2002 jogou poucos minutos na campanha do penta -agora, apesar da maratona no Milan, fala que está pronto para atuar em todos os jogos.
Kaká não reclama de ter que mudar de forma acentuada de função. No Milan, ele é o meia que tem liberdade para fazer a principal ligação com os atacantes. Na seleção, joga pela direita, em espaço limitado.
Entre os integrantes do quarteto criado por Parreira, quem tem mais autoridade para falar dele é Kaká. Desde que o sistema foi adotado pela primeira vez, no duelo contra o Uruguai pelas eliminatórias, ele foi o único a participar das 14 partidas que a seleção fez quando pôde contar com força máxima -nos jogos contra Guatemala e Bolívia, Parreira usou reservas.
"O quarteto é um esquema bom", fala Kaká. Porém repete Parreira e diz que a tática pode ser trocada durante o Mundial caso não funcione bem.
O técnico, que tem priorizado a marcação nos treinos, diz que está satisfeito com o desenvolvimento do time. "Está tudo dentro do previsto, estamos dando entrosamento gradativo à equipe", disse Parreira, que, além do teste de hoje, em jogo que começa às 15h30, irá encarar a frágil Nova Zelândia.
Depois de enfrentar o time da Oceania, no domingo, já viaja para a Alemanha. A estréia na Copa acontece em 13 de junho, em Berlim, contra a Croácia.


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