Cúpula do Palmeiras vê exagero nas vaias durante empate com o Nacional

Em novo desentendimento com a torcida, treinador cita má vontade e reclama da atitude de parte dos fãs para com ele e seus comandados

DA REPORTAGEM LOCAL

As críticas de Vanderlei Luxemburgo à torcida após o empate em 1 a 1 com o Nacional-URU, anteontem, pela Libertadores, ganharam respaldo da cúpula do time alviverde.
"A torcida do Palmeiras é segmentada. Tem uma parte que está sempre insatisfeita com o time, que começa a vaiar já aos 20 minutos do segundo tempo. Mas a torcida popular apoia o time o tempo todo", falou ontem Luiz Gonzaga Belluzzo, o presidente do clube.
O treinador palmeirense se queixara da falta de apoio de parte dos torcedores que estiveram no Parque Antarctica.
Em determinado momento da partida, Luxemburgo chegou a ficar de costas para o campo e bateu boca com torcedores que se encontravam próximos a sua área técnica. Fora chamado de burro após substituir Keirrison por Jumar.
Após o jogo, o técnico disse que há "má vontade" de alguns torcedores e da imprensa com seu trabalho. "Eu estou jogando uma partida de quartas de final da Libertadores. É importante que exista um envolvimento da torcida. Não vi em nenhum momento um incentivo vindo da arquibancada."
O descontentamento de Luxemburgo também teve como destinatários alguns comentaristas esportivos. "Fico chateado de ver profissionais, sistematicamente, criticando. Até porque percebi que são dois ou três corintianos", disse ele, sem citar nomes. "Tem que ter mais respeito", completou.
Para Genaro Marino, diretor de futebol do Palmeiras, as críticas ao técnico ficam restritas a um grupo de torcedores posicionado nas numeradas cobertas do Parque Antarctica, apelidado por Luiz Felipe Scolari de "Turma do Amendoim".
"Houve um pouco de exagero de alguns torcedores. Todos têm direito de reclamar, mas, em algumas situações, o melhor é apoiar", falou o cartola. "Se você está em uma guerra, mesmo não gostando de um soldado, tem que apoiar."
Não é a primeira vez que Luxemburgo se desentende com torcedores. Em novembro, o técnico chegou a ser agredido por membros de uma torcida organizada que foram ao aeroporto de Congonhas protestar contra a má campanha do time.
No começo do ano, dezenas de torcedores protestaram em frente ao CT. Os alvos eram Luxemburgo, a Traffic - parceira do Palmeiras na contratação de jogadores- e alguns atletas.


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